quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Senhora do Canto


Odeio final de ano. Por que, me perguntariam aqueles que adoram as festividades do período. Questão simples de se responder. Creio ser esta uma época aonde a hipocrisia – já tão habitual no nosso cotidiano – ganha dimensões exorbitantes. Espírito cristão é possível argumentar. Falsidade cristã, talvez...


Na verdade o parágrafo anterior não tem nada a ver com o que pretendo escrever hoje. Não passa, aliás, de mero “nariz de cera” como se diz no jargão jornalístico, portanto desnecessário e irrelevante por não acrescentar nada ao leitor. Pronto, não é que este também se tornou mais um narigão de cera?!


Pois bem, para poupá-los de minhas viciosidades narrativas passo direto para o meu objeto: a cantora e interprete lírica de nome Jessye Norman. Lembro-me perfeitamente da primeira vez que a vi e ouvi. Na ocasião a soprano acompanhada pela Metropolitan Opera interpretava os Spirituals (canções de igreja pentecostais negras, uma das raízes pode-se dizer do que viria a ser a atual Black Music) juntamente com outra grande cantora, Kathleen Battle. Fiquei de imediato impactado. Primeiro por desconhecer ambas as cantoras famosíssimas ao que tudo indicava, e segundo pela potência vocal de Jessye Norman, uma das maiores do século XX como gostava de ressaltar o saudoso apresentador do “Quem tem medo da Música Clássica”, Artur da Távola. Impressionante, seria o termo correto. Norman impressiona pela grandeza da voz, pela imponência corporal, em suma pela atitude de Senhora do Canto. E me valho mais uma vez das palavras de Távola quando ele afirmou o quanto Jessye era penetrante ao interpretar as canções que ‘tocavam’ a sua alma e as origens negras. A isso chamo de verdade, é essencial aos grandes artistas serem verdadeiros consigo mesmos (não falo de verdade moral ou coisa do tipo), e Norman o é, certamente. Após esse primeiro contato com Jessye eu assisti outras apresentações dela em que interpretava óperas de Wagner, áreas de Bizet e até a Marselhesa na comemoração do 14 de Julho francês.


Anos se passaram e não é que agora Jessye “reapareceu” em minha vida?! Isso graças ao caro amigo Lucil que fez a benesse de presentear-me com o link que contem o álbum de Spirituals gravado por Norman. Exultei por poder ouvi-la novamente, e este período que quase invariavelmente é de uma melancolia persistente se tornou até mais... ou melhor menos deprimente. Enfim, não deixem de conhecer esta magnífica cantora, e antes de afirmarem categoricamente: “eu não gosto de música clássica” ouçam. Como diria um amigo “muitas vezes é a freqüência que determina o gosto”. Então é isso, se concedam o privilégio da dúvida, experimentem Jessye Norman! Até o próximo ano e bebam sem moderação...


(Este é o link para o álbum de Spirituals:

http://www.4shared.com/dir/3399445/c876f61c/Jessye_Norman_-_Spirituals.html )


Jean Carllo

domingo, 21 de dezembro de 2008

Férias, Propaganda e Festas!!

Já há uma semana não vou à faculdade. Livrei-me das turbulações das provas e trabalhos finais mais facilmente do que imaginava. Lembrei do Lúcil dizer uma vez, numa prova de português em que não tínhamos estudado nada. No final da prova ele disse: “a prova desceu como água benta”. Tal frase serve para as minhas avaliações finais. Estava tão estressado que não tinha ânimo tão pouco paciência para pegar caderno ou livro para estudar. O jeito era fluir o que aprendi em sala de aula. Sendo assim, o perigo continuava, pois quase não assistia mais aulas no último mês. Finalzinho de ano “daqueles” este. Problemas pessoais sobraram, contribuindo para o meu estress. Resumindo a “questã”, saí bem em todas as provas e vi que aos pouquinhos estou ficando menos burrinho.

Aulas encerradas, então era hora de fazer o meu blog para contar um pouco mais sobre o meu cotidiano. Idéia antiga, que ficou mais forte recentemente. Tantas coisas aconteciam comigo, que aos poucos vi que minha vidinha não era tão desinteressante assim. Pelo contrário, minha vida é hilária. Pensando nisso resolvi criar o VIDRASSA (www.vidrassa.blogspot.com) para comentar fatos recentes e passados. E também dar pitacos no que acontece mundo afora.

Viva o jabá!

Não sei se passarei mais por aqui em 2008. Então para os que gostam das festas de final de ano, desejo ótimas comemorações no natal e passagem de ano. Que todos nós tenhamos mais compaixão no ano que está por vir.

Vanildo Marley

sábado, 13 de dezembro de 2008

Bon Iver - For Emma, forever ago

Super bandas com oito, nove ou até mais integrantes estão na moda (Bss, Arcade Fire, etc).
Aquele som com trezentos mil instrumentos, cheio de detalhes, grandioso. E, em meio à essa moda, Bon Iver vem para mostrar-nos que algo grandioso não depende da quantidade de pessoas envolvidas.

Justin Vernon saiu de sua antiga banda e terminou um relacionamento em 2007. Isso fez com que o rapaz se isolasse numa cabana em Wisconsin (Eua) por três meses.
O fruto dessa solidão é ''For Emma, Forever Ago''.Vernon fez e tocou todas as canções, levadas sempre ao som de um bom violão folk e vozes dobradas cheias de melodia. Músicas aconchegantes, pra ouvir durante um bom inverno.Sem dúvidas, o melhor cd de 2007. E não só eu acho isso, ele está presente nas mais famosas listinhas de ''best off 2007'' por aí. Minha preferida é Skinny Love:
Who will love you?
Who will fight?
Who will fall far behind?
E aproveito aqui pra deixar o endereço do La Blogotheque. Um site francês que promove concertos bem diferentes e bonitos onde as bandas/músicos tocam pelas ruas de Paris, em cafés, casas antigas, no campo...é coisa d'outro mundo de tão belas que são as apresentações. E dá pra baixar muita coisa pelo site. É perfeito.

Lucil Jr. (que já está ouvindo o Blood Bank, novo Ep do Bon Iver, a ser lançado em 2009 hehe)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Prestação de Serviço

Para unir e ajudar as pessoas, sempre é preciso fazer o tempo.
Não é nenhuma sacanagem. Nós do Mistureba não somos ricos e famosos, porém, justos e humanos. De qualquer forma, vai aqui o link do blog do Juca Kfouri(http://blogdojuca.blog.uol.com.br/index.html)
que comprava toda a seriedade do post.
Equipe Mistureba Hibrida

Cultura 0800


Em nome dos demais cidadãos que integram este blog peço desculpas pela ausência constante de postagens. Mas justifico tal “relaxo” pelos trabalhos e provas finais na facul. Para não ficar em vão, mando aqui algumas fotos do show do Teatro Mágico no último dia de novembro de 2008 na cidade de Muzamba City (MG). O show encerrou a terceira edição (se não estou enganado) do festival Cultura e Música de Muzambinho.

Na postagem anterior é destacado que só não tem cultura quem não quer. E o festival de Muzamba comprava isso. Paguei apenas R$ 20,00 para ver uma apresentação que vou humildemente classificar como “diferente”. Lembrando que os 20 mangos foram da van, porque a entrada era 0800.

Maiores informações sobre o festival Cultura e Música de Muzambinho nos seguintes links: http://www.festivalmuzambinho.com.br/ e http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=48595725

Que o exemplo sirva para as prefeituras de outras cidades consideradas pequenas.

Parabéns Muzamba!!!!


Vanildo Marley

domingo, 23 de novembro de 2008

Tentando Entender

Estou tentando entender o que não sei como entender. Mas que da para entender, eu acho.

Tudo começa na quinta-feira (20/11/08), quando tenho que dormir fora de casa para resolver questões da faculdade (isso seria na sexta de manhã). Aproveitei então para ir à festa de aniversário de um professor (não vou citar o nome dele, porque ele não gosta de blogs e vai que resolve tirar os poucos pontos que tenho em antropologia? A minha situação em antropologia. “I, ta mar”). Por acaso, mas não deixou de ser minha primeira festa como universitário(imprevistos sentimentais aconteceram). Pois bem, papo vai, papo vem e as viagens tanto dos alunos quanto a dos professores era algo no mínimo, sei lá. E equilibrando na linha do acaso, na festa conheço o Nicolau (ainda não me deu aula, ano que vêm isso acontecerá, espero!) irmão da Fran que tenho contato virtualmente há pouco mais de 2 anos. Tantas conversas com minha “titia” no mundo virtual, acabo primeiro por conhecer pessoalmente seu irmão. Êta mundinho maluco.

Concluindo: no final da festa do professor que não citarei o nome, perguntaram como que estava minha condição mental depois de sei lá quantas cervejas nas idéias. Respondi: “I, ta mar”.

Na sexta, resolvo o que tinha para resolver e a convite do Jonatam (o mais novo jornalista do palneta) vou com ele almoçar em um restaurante (não tinha comida na república “Orfanato do Cirilo”) e é aí que começa a minha tentativa de entendimento.

Durante a sobre mesa discutíamos a sociedade do interior. Deliramos em projetos fotográficos que esperamos ter apoio para realizá-los. Falamos também da cultura intelectual do pobre e do rico.

E no decorrer da conversa, olho para o lado e vejo um prato solitário na mesa que ficava a nossa esquerda. E também um entregador de refrigerantes que passava toda hora com garrafas para colocar no estoque. Nesse momento meu cérebro processou por volta de mil imagens. E rapidamente pedi para o Joonatam registrar tal imagem. Ótimo! Veja a foto e se delicie com suas conclusões a respeito do nosso cotidiano.Antes de sairmos do restaurante, ganhamos de brinde pelo nosso bom comportamento uma sobre mesa ocular. Era a minha professora louquinha que também rangou no restaurante. Infelizmente não foi na nossa mesa e mais infelizmente ainda, não pagou a nossa conta (tá, eu entendo, professora e jornalista no Brasil não pode esbanjar grana como por exemplo, um político). Sorte a nossa que o sorriso da “Lú” não tem preço. Se tivesse, eu ficaria sem ele por falta de bufunfa para pagá-lo.

E caminhando, conversando e seguindo sem direção, mais uma vez olho para o meu lado esquerdo e vejo no alto de um sobrado uma cena que palpitou meu sistema social. Desesperado falo para o Jonatam: “olha aquela imagem”. E ele: “cadê? O quê? Nossa”!!!

Uma foto que mostra o Brasil sofredor que é. Veja, tire e faça milhões de conclusões.

Não posso deixar de registrar a nossa conversa dentro da Igreja. Entramos e por lá ficamos uns 30 minutos falando do mundo. Não rezamos. Mas a cada assunto que abordávamos, era uma forma de agradecimento ao que temos e somos. Ele vendo Deus de um jeito e eu de outro. Como penso que deveria de ser.

Daí direto para uma livraria. E é onde concluo e que não concluí. Entendo o que não entendi.

Antes tinha passado em uma banca de revistas e comprado um livro de crônicas do Manuel Carlos (A Arte de Reviver). Custou precisamente R$ 9,90. Não é lançamento para o mercado, mas para mim sim. Eu não tinha lido ainda. E comprei “baratinho”. Era o grande propósito nosso. Comprar coisas legais, por um preço doce para o bolso.

Na livraria, o tormento foi imenso. Autores consagrados, clássicos. Mas preços amargos. Bateu um desespero. E essa tortura durou uns 40 minutos. Acabei por levar um que conta a histótia do Corinthians. Mas o curioso que não pelo amor ao time e ao futebol na qual sou possuidor. E sim por quem o escreveu. Um livro de Orlando Duarte e em parceria com João Bosco Tureta é sem comentários. Desembolsei pela obra (CORINTHIANS, o Time da Fiel) R$ 31,00.

Livros de poemas, crônicas, romances, almanaques e segue fila. Pena que não tinha grana para levar o que queria.

E aí pergunto? Como alguém que tem grana, condições de possuir riqueza literária, conhecimento, não da à mínima para isso? Como que conseguem ser burrinhos? Qual a razão de não quererem nada com a vida, a não ser cuidar da estética? Por que o perfume importado e não um livro pelo menos uma vez ao mês? Repito a indagação inicial. Como existem pessoas ricas burras?

Existe sim pobre que é ignorante por preguiça. Basta correr atrás. Óbvio que não na mesma condição dos endinheirados, mas burro hoje só é quem quer.

Mas por experiência própria recentemente vivida. Ser burro com grana é burrice de verdade.

Deu para entender?


"Adianto aqui os parabéns ao camarada Jonatam que terá em mãos seu diploma de jornalista. E estendo para todos da UEMG de Passos que seguirão a carreira jornalística, desejando- os muito sucesso e sorte".

Vanildo Marley

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Deus, Salve as Polaroids!

Os aficcionados por Polaroids em breve ficarão órfãos. A máquina fotográfica instantânea deixou de ser fabricada em 2007, mas é facilmente encontrada à venda em diversos sítios como Mercado Livre e E-Bay . Em 2008 o Site oficial da Polaroid soltou a nota que deixou muitos fãs tristes: a produção de filmes instantâneos também foi cessada. O último lote de filmes tem seu fim certo (a data de validade) : Setembro de 2009. Após isso a Polaroid, como uma foto, será só uma lembrança.
Criada em 1948, com esse conceito inédito de filmes instantâneos, a máquina virou mania. Muitas pessoas não precisavam mais levar seus rolos de filmes 35mm para serem revelados em laboratórios especialidados.
A foto tem características únicas: as cores desbotadas e o foco imperfeito dão um aspecto antigo à imagem. É esse o motivo de, até hoje, a Pola (como é chamada por seus usuários) conquistar novos fãs.
Há sítios, como o save polaroid , que tentam preservar a marca e até fazem abaixo-assinados virtuais para que a empresa volte a fabricar os filmes.
A Polaroid, na tentativa de agradar aos amantes da máquina antiga, teve uma idéia infeliz: criou uma impressora portátil que pode ser acoplada às maquinas digitais. Mesmo tendo a finalidade dos filmes instantâneos, a idéia não vingou. O aspecto peculiar da foto não era o mesmo das clássicas analógicas.
Polaroid de William S. Burroughs (escritor)
tirada por Andy Warhol

Enfim, termino o post com uma belíssima frase comercial bem original: se você ainda não tem uma Polaroid, corra e compre a sua, pois o tempo é curto!
E fico por aqui, olhando para a minha e já imaginando o dia em que ela virará relíquia.
God Save The Polaroids!

Lucil Jr.

domingo, 16 de novembro de 2008

Da agonia a perfeição



O filme agonia e êxtase encanta os admiradores da arte e também quem gosta de aprender sobre.
A trama mostra o trabalho magnífico que Michelangelo foi, a princípio, obrigado a fazer no teto da Capela Sistina, que recebe esse nome porque foi inaugurada pelo Papa Sisto IV no ano de 1489.


Michelangelo era escultor e tinha a sensibilidade de transformar blocos de mármore em magníficas obras. Quando recebeu a incumbência de pintar o teto da Capela Sistima estava fazendo esculturas que seriam colocadas na sepultura de Julio II. O papa obrigou Michelangelo a deixar as estátuas e partir para o trabalhoso processo de pintar no teto da capela as figuras dos 12 apóstolos e alguns elementos que completassem o desenho. Sob a ordem do Papa Júlio II, sobrinho do Papa Sisto IV, Michelangelo é obrigado a fazer um trabalho que dizia não saber.
Michelangelo começou as pinturas e quando já havia feito alguns desenhos decidiu "jogar o vinho azedo fora". O escultor não ficou satisfeito com os primeiros resultados, então destruiu tudo que havia pintado e fugiu de Roma para Carrara. Para ele, arte era um estado de entrega total, amor e inspiração ao que se queria fazer. E na pintura do teto ele não se encontrava com nenhum desses estados. Tinha na sua frente à obrigação de desenhar afrescos que não queria. Aconchegado nas montanhas de Carrara o artista refletia e olhando para o céu observou as nuvens se juntando e formando belos desenhos. Naquele momento, Michelangelo soube o que queria fazer e estava disposto a se entregar ao novo estado de inspiração que o levava para o trabalho na capela Sistina. Decidiu voltar para Roma e recomeçar a tarefa que havia abandonado.


As cenas seguintes não correm tranqüilas. Apesar do animo renovado, Michelangelo trabalha por quase um ano sem receber nada pelo serviço. E a cobrança para o termino da obra era grande. A pintura corria de forma demorada e quando o Papa Julio perguntava ao artista quando acabariam os afazeres, Michelangelo respondia “quando eu acabar”. O convívio entre mecenas e artista era conflituoso. Ambos se enfrentavam tentando impor vontades. E o período em que Michelangelo “compôs” uma das mais lindas obras de arte era de guerra. Os franceses invadiam a Lombardia, enquanto os alemães estavam perto de Brenner. E é nesse clima de desavença e guerra que o artista se dedica, até perder as forças, pela criação. Por tantos esforços Michelangelo acaba adoecendo e paralisa o trabalho. Nessa etapa, o Papa pretende liberar o escultor de sua incumbência e passa - lá a Rafael. O jovem estava ansioso para continuar a pintura, mas quando viu a perfeição dos traços de Michelangelo soube que não teria condições de continuar com tamanha mestria e em uma das cenas, o jovem Rafael diz ao experiente Michelangelo que eles, sábios artistas, são meretrizes da beleza.


O filme é fantástico e narra a historia da criação, e essa frase pode e deve tornar-se ambígua. O filme retrata a história da criação das imagens que compõem o teto da Capela Sistina e a criação do mundo. Michelangelo passa quatro anos de seus dias pintando passagens do livro do Gênese no teto da Capela. As lágrimas chegam aos olhos no momento em que, antes da obra finalizada, o Papa Júlio II se rende a beleza do trabalho de Michelangelo e fala ao artista que na concepção dele Deus não apresentaria essa face calma, leve e benévola. E mais emoção nos envolve quando ao final do filme o Papa Julio II celebra uma missa. O teto belo e finalizado e o artista, aquele que reescreveu a história do mundo através de figuras, participa da cerimônia com a mais límpida humildade.


O filme "Agonia e êxtase" foi baseado em um livro de Irving Stone. Assisti a trama em uma aula de História da arte e aqui deixo minha impressão sobre o fime.
Janaina Takai

domingo, 9 de novembro de 2008

As Inquietações do Medo

"Por várias vezes, usam-se diversas maneiras de disfarçar o medo. Uma delas é nunca admitir que estamos com medo! E aí que se encontra um triste dilema para aqueles que tanto valorizam as aparências: Temos medo de dizer que sentimos medo!" Por Renato Delfraro

No mundo de hoje, cada vez mais globalizado e consumista, as relações humanas estão, a cada dia que passa, se descaracterizando e perdendo espaço para o dinheiro e a tecnologia, que oferecem além de entretenimento e conforto a sensação de que o homem é um ser inatingível, que deve sempre buscar a perfeição mesmo que para isso deva passar a imagem de que nada o faz sofrer ou sentir medo.

Com isso os sentimentos ficam cada vez mais suprimidos diante da necessidade de aparentarmos algo que não somos, e que devemos nos esforçar para ser!
Assim, por diversas vezes, usamos diferentes maneiras de disfarçar nosso medo. Uma delas é nunca admitir a existência do medo. É ai que se encontra um triste dilema para aqueles que tanto valorizamas aparências: Temos medo de dizer que sentimos medo!

O medo é um sentimento que envergonha principalmente os homens. As mulheres geralmente não têm muita vergonha de assumirem seus medos, principalmente quando se trata de baratas e até algumas outras banalidades. Mas tanto homens quanto mulheres encontram-se encurralados quando não podem externar suas aflições, o que gera um grande desconforto na vida daqueles que vivem essa situação.

O que mais aterroriza as pessoas é o medo de errar, principalmente no trabalho, onde o nível de exigência e concorrência é sempre grande, e cada vez mais as pessoas são estimuladas a competirem e passarem uma imagem de que são fortes e imbatíveis, pois só assim conseguirão sobreviver!

Só que o maior medo muitas vezes não é o de errar, mas sim o de reconhecer o próprio erro e pedir desculpas quando necessário. Essa sem dúvida é uma grande barreira a ser vencida por aqueles que deixam as vaidades e a arrogância falarem mais alto, para aqueles que não olham para os lados e quando olham para dentro de si mesmos não vêem saída para onde fugirem.

Não é fácil lidar com o medo, pois ele sempre está presente nas nossas vidas. Mesmo que tentemos fugir dele ou não manifesta-lo, ele se faz presente em nosso dia-dia, de diferentes formas, mas não há como dizer que não sentimos.

A violência é hoje uma grande causa de medo, que aprisiona pessoas de diferentes classes sociais, pois está presente em todos os lugares, porque como se não bastasse ela esparramada pelas ruas, a mídia faz questão de levá-la todos os dias para dentro de nossas casas, de forma cruel e sensacionalista.

Também temos medo da doença, medo da morte, medo de perdermos as pessoas que amamos e medo de dizermos pra essas pessoas, o quanto elas são importantes em nossas vidas. O medo é um sentimento burocrático, que muito beneficia os psicanalistas, os laboratórios de antidepressivos e por incrível que pareça até as igrejas, que tanto se beneficiam das fragilidades humanas, para arrebanhar fiéis.

Tenho saudade do tempo em que tínhamos medo apenas de Lobisomem e assombração, pois nessa época havia espaço para a inocência e ailusão.

Hoje o homem só pode sentir medo de si mesmo e de suas próprias atitudes.


Renato Delfraro é estudante de jornalismo do 2º período da UEMG Campus de Passos.


Aproveitando o “corajoso” texto ressalto o medo que o mundo viveu com o “Bucho” no poder da Casa Branca. Medo que agora aos poucos vai sumindo com a esperança em que os terrestres estão em Obama. Oba! Oba! Oba! O “Bucho” está saindo, e me parece que entra por lá um coração limpinho, sem os restos da carniça que por lá estavam (aliás, ainda estão), mas a limpeza já começou a ser feita. E o planeta grita: Oba! Oba! Oba! Obamaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!

Vanildo Marley

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

“Sim sou negro de cor”


Cinco de novembro e me sinto indeciso. Teoricamente eu teria, a priori, apenas duas opções temáticas para explorar: a vitória de Obama nos EUA, e qualquer outra coisa... Escolhi a eleição de Obama. Ao escolher escrever sobre isso senti a necessidade de delimitar o meu campo de visão, portanto não escrevo sobre o que representa a vitória de um negro para presidente dos EUA – apesar de saber que representa muitíssimo. E não tenho a intenção de laurear o próprio Barack Obama, embora o considere sim um grande estadista, alguém que resgatou a antiga linhagem perdida após o assassinato dos irmãos John e Robert Kennedy... Escrevo porque me emocionei com o discurso de vitória de Obama, e as 3h30 da manhã (horário de Brasília) chorei, assim como choraram milhares de pessoas naquele parque em Chicago.


Sim sou negro de cor
Meu irmão de minha cor
O que te peço é luta sim, luta mais
Que a luta está no fim


Enfim, escrevo para lembrar que ontem as “profecias” de Martin Luther King começaram a ser cumpridas, mesmo quarenta anos depois de ter sido assassinado por um idiota extremista. Ontem, pode-se dizer foi dado o primeiro passo para o antigo sonho de homens e mulheres avaliados não pela cor de sua pele, mas pela força de seu caráter. Um novo paradigma? Espero que sim. Quem, aliás, diria que o país da Klu Klux Klan, da segregação racial que motivou os protestos dos anos 50 e 60, do conservadorismo e moralismo pudesse eleger um negro presidente?! Poucos, até mesmo entre os mais otimistas, arrisco-me em afirmar. Eis a justificativa para tamanha euforia.


Cada negro que for
Mais um negro virá
Para lutar com sangue ou não
Com uma canção também se luta irmão
Ouvir minha voz
Lutar por nós


É, sobretudo, inevitável neste momento não me lembrar de grandes artistas que militaram para que este momento existisse, homens e mulheres que foram porta-voz da dor e da revolta da discriminação. (Lembro-me especialmente de Strange Fruit e da interpretação triste, sofrida e linda de Billie Holliday e de Missippi Goddamn da fantástica Nina Simone, canção esta que tornou-se hino ativista da causa negra.). É deles esta conquista como é, não posso deixar de citar, de Rosa Parks e de Malcolm X.


Luta negra demais, luta negra demais
É lutar pela paz, é lutar pela paz
Luta negra demais
Para sermos iguais
Para sermos iguais


Bom, este foi o meu post, apenas uma catarse. Nada além de alguém que temporariamente voltou a ter esperança de um mundo melhor, de crer que “sim, nós podemos”... Temporariamente, é óbvio. Os versos inseridos entre os parágrafos foram compostos por Ronaldo Bôscoli e Wilson Simonal, a música em questão se chama Tributo a Martin Luther King a mesma do vídeo abaixo.

Jean Carllo

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

No concerto

Devido a problemas técnicos durante os últimos dias, não foi possível postar por aqui. Estamos tentando resolver o problema para que logo possamos voltar postando fotos, vídeos, link para você baixar músicas e por aí vai...


Galera Mistureba-Hibrida

domingo, 26 de outubro de 2008

Eu Estou Apaixonado

Ela cruzou em meus olhares auditivos não faz muito tempo.
Faminto por beleza e paz
Meu coração pulsou eficaz
E me apaixonei por ela!

Cultivei em tardes frias sua voz mansinha que acariciava meu espírito nem sempre sensível, acalmava minha alma assombrada e cantava para o meu infinito correr feliz.

Que coisa mais linda!
Pediu-me licença sem mesmo pedir. Só mesmo ela para conseguir tal feito.
Na mansidão de sua voz, cravar a beleza ímpia no meu peito.

E olhei sua foto.
Pude ver seu rosto angelical que intimida as nuvens do outono e as flores da primavera.
Rostinho que me faz ignorar o sol do verão e contemplar os dias românticos do inverno.

Eu a vi.
E ela me deixou Mallu... co
Com sua inocência real, tão verdadeira quanto o canto dos pássaros.
Eu a ouvi e a vi. E me apaixonei por ela.
Eu a ouço e a vejo. E eu estou apaixonado!



Mallu Magalhães tem 16 anos e está lançando seu 1º Cd.
Começou de forma “irreal” e quando sua música caiu na net, despencou nas graças de muitos. Inclusive na minha.

Ouça e veja também Mallu Magalhães e verá que a “inocência” de Sandy era a coisa mais fajuta do planeta.



http://www.youtube.com/v/cdd6G4kjTTc&hl=pt-br&fs=1


Vanildo Marley

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Senta que lá vem História...

Hoje decidi me aventurar por uma área nunca antes desbravada por mim: a atual crise financeira. Tenho acompanhado o desenrolar dos acontecimentos como qualquer outra pessoa interessada no burburinho que se ergue em torno da “desaceleração econômica” mundial. E como a grande maioria, também não entendo praticamente nada do idioma dos economistas – o economês – e muito menos seus cálculos mirabolantes. Escrevo, portanto, direto do senso comum. Aliás, prefiro afirmar que escrevo para lembrá-los do peso da História...

Em 4 de dezembro de 1928 o então presidente dos EUA, Calvin Coolidge em mensagem ao Congresso profetizou: “Nenhum Congresso dos Estados Unidos já reunido, ao examinar o estado da União, encontrou uma perspectiva mais agradável do que a de hoje [...] A grande riqueza criada por nossa empresa e indústria, e poupada por nossa economia, teve a mais ampla distribuição entre nosso povo, e corre como um rio a servir à caridade e aos negócios do mundo. As demandas da existência passaram do padrão da necessidade para a região do luxo. A produção que aumenta é consumida por uma crescente demanda interna e um comércio exterior em expansão. O país pode encarar o presente com satisfação e prever o futuro com otimismo.” O Sr. Calvin errou muitíssimo a sua previsão de futuro. Como pode ser comprovado por qualquer pessoa que tenha estudado História no colegial, em menos de um ano após a “Mensagem” aconteceu a Quebra da Bolsa de Nova Iorque. Um período difícil se instaurou no mundo (pelo menos nas regiões com relações comerciais mais ‘desenvolvidas’), e teoricamente aprendemos uma coisa: o capitalismo não era tão seguro quanto diziam os seus defensores.

1929...

O historiador Eric Hobsbawm em seu livro a Era dos Extremos de 1994, escreveu que “a grande Depressão confirmou a crença de intelectuais, ativistas e cidadãos comuns de que havia alguma coisa fundamentalmente errada no mundo em que viviam. Quem sabia o que se podia fazer a respeito? Certamente poucos dos que ocupavam cargos de autoridades em seus países [...]” Alguma semelhança com o período atual? Calma que o historiador continua a análise, “até onde se podia confiar nos economistas, por mais brilhantes que fossem, quando demonstravam, com grande lucidez, que a Depressão em que eles mesmos viviam não podia acontecer numa sociedade de livre mercado? Economistas que aconselhavam que se deixasse a economia em paz, governos cujos primeiros instintos, além de proteger o padrão ouro com políticas inflacionárias, era apegar-se à ortodoxia financeira, aos equilíbrios de orçamento e à redução de despesas, visivelmente não tomavam melhor a situação.” E para finalizar Hobsbawam arremata: “aqueles que entre nós que viveram aos anos da Grande Depressão ainda acham impossível compreender como as ortodoxias do puro mercado livre, mais uma vez vieram presidir o período global de Depressão em fins da década de 1980 e 1990, que mais, uma vez não puderam entender nem resolver. Mesmo assim, esse estranho fenômeno deve lembrar-nos da grande característica da história que ele exemplifica: a incrível memória curta dos economistas teóricos e práticos. Também nos dá uma vívida ilustração da necessidade, para a sociedade, dos historiadores, que são os memorialistas profissionais do que seus colegas-cidadãos desejam esquecer.”

...2008

Oras, alguém deveria ter ensinado o Sr. Calvin a fazer previsões como as de Eric, baseadas em análise critica e estudos sérios. Melhor: alguém deveria ter ensinado a alguns governantes, investidores e economistas que cair em grandes ‘ciladas’ econômicas por ausência de consciência histórica é sinônimo de demasiada ignorância.

E agora para encerrar este post, a resposta do historiador Eric Hobsbawm (já com mais de 90 anos) quando perguntado em entrevista recente à BBC Brasil se ele se sentia recuperado após anos de embates com a “opinião intelectual” que ia de encontro aos alertas dele. Hobsbawm respondeu: “Sempre dissemos que o capitalismo iria se chocar com suas próprias dificuldades, mas não me sinto recuperado. O que é certo é que as pessoas descobrirão que de fato o que estava sendo feito não produziu os resultados esperados. Durante 30 anos os ideólogos disseram que tudo ia dar certo: o livre mercado é lógico e produz crescimento máximo. Sim, diziam que produzia um pouco de desigualdade aqui e ali, mas também não importava muito porque os pobres estavam um pouco mais prósperos. Agora sabemos que o que aconteceu é que se criaram condições de instabilidades enormes, que criaram condições nas quais a desigualdade afeta não apenas os mais pobres, como também cada vez mais uma grande parte de classe média.”


Que assim seja!



Jean Carllo

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Je Vous Salue, Sarajevo




De certa forma, medo é a filha de Deus, redimida na noite de sexta-feira.
Ela não é linda. É zombada, amaldiçoada e renegada por todos.
Mas não entenda mal, ela cuida de toda agonia mortal, ela intercede pela humanidade.
Pois há uma regra e uma exceção. Cultura é a regra. E arte a exceção.
Todos falam a regra:cigarro, computador, camisetas, TV, turismo, guerra. Ninguém fala a exceção. Ela não é dita, é escrita: Flaubert, Dostoyevski. É composta: Gershwin, Mozart.
É pintada: Cézanne, Vermeer. É filmada: Antonioni, Vigo.
Ou é vivida, e se torna a arte de viver: Srebenica,Mostar, Sarajevo.
A regra quer a morte da exceção. Então a regra para a Europa Cultural é organizar a morte da arte de viver, que ainda floresce. Quando for a hora hora de fechar o livro, eu não terei arrependimentos. Eu vi tantos viverem tão mal, e tantos morrerem tão bem.
Jean Luc Godard, in Je Vous Salue Sarajevo(curta - metragem)- 1993.




Godard soube explorar como ninguém linguagem e imagem. Seus filmes herméticos são odiados por muitos e defendidos por outros. Glauber Rocha disse certa vez que, para ofendê-lo, bastaria que alguém falasse mal de Godard na sua frente.
O homem é o maior cineasta vivo. Mesmo não fazendo mais filmes(o último longa – metragem foi o dificílimo Notre Musique), ele merece esse posto(é discutível, claro).
O interessante nesse curta é que a única imagem utilizada é uma foto de guerra dos fotógrafos Ron Haviv e Luc Delahaye. Dois minutos, poucas palavras e zás! Está criada uma pequena obra-prima. Mais uma de tantas com a assinatura do mestre GODard. Genial, no mínimo.
E termino com o chavão: ''ame ou odeie''.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Céu radical em CRC

Foto: Piloto sobrevoando Carmo do Rio Claro




Quem olha para a pacata cidade de Carmo do Rio Claro, MG, tão calma e tranqüila por essência, não imagina que no céu da cidadezinha rola um dos mais radicais campeonatos. Carmo do Rio Claro foi escolhida para sediar a ultima etapa do Super Race que é a junção do campeonato nacional de vôo livre com o campeonato estadual do Rio de Janeiro e São Paulo.

No último sábado, dia 11 de outubro, as asas deltas começaram a colorir o céu da cidade. Mais de cem pilotos de todo o país estão em Carmo para concorrer ao titulo de campeão brasileiro. A competição está funcionando assim: a partir do meio dia os pilotos largam da rampa natural da serra da Tormenta. Todos levam um GPS que marca a trajetória de cada piloto - eles têm percursos a fazer pelos ares e para assegurar que fizeram tudo direitinho levam o GPS-. As provas de cada dia são decididas na hora da largada e depende das condições de vôo. Quem realiza o percurso em menos tempo pode ganhar a pontuação máxima que chega a 1000 pontos. Mais não é só chegar primeiro e ganhar “milzão”. Como nos disse o coordenador geral do campeonato, Haroldo Castro Neves, são várias as fórmulas matemáticas e os critérios usados para decidir a pontuação como velocidade, pontos de distância e bônus para quem anda na frente.

Carmo do Rio Claro já é conhecida na prática desse tipo de esporte. Asas deltas e paraglider sempre estão sobrevoando nosso ceuzinho. Segundo o coordenador, que já foi apresentado, Haroldo, a serra da Tormenta tem um bom desnível, a região tem muito potencial para o vôo livre, muitas térmicas e a cidade oferece uma infra-estrutura bacana para a prática do esporte. O mais bacana do campeonato é o seguinte. A galera que se der bem nessa última etapa, disputa o campeonato mundial que rola ano que vem na França. É benzinho, o negócio é radical. De Carmo city além de sair o campeão brasileiro de vôo livre sai também à equipe brasileira que vai para França disputar o mundial.

Se você carmelitano olhou para o céu nos últimos dias e viu nele um monte de passarinhos diferentes, se liga, não são pássaros, são asas deltas e os caras estão tentando “bicar” o primeiro lugar do Super Race. Se você, desatento, não tinha percebido uma movimentação diferente pelo céu da cidade, não chore, o campeonato rola até o sabadão dia 18 e você ainda pode morrer de inveja por não estar voando.

Uma notícia ruim. Nenhum dos pilotos parece ter trazido o equipamento que possibilita o vôo de duas pessoas. Não conversei com todos, se alguém aí tiver mais sorte e achar um piloto com esse equipamento, ME AVISA! Estou com muita vontade de dar uma voadinha... Seria estranha essa frase fora do contexto não seria!?

O importante é que a cidade é linda e merece ser palco de muitos outros Super Races e quantos outros campeonatos quiserem trazer para cá.

CuRiOsIdADeS:
*Você sabia que o vôo da asa delta é como o vôo de um urubu? Eles têm o mesmo processo de “funcionamento”, então onde tiver um bando de urubu voando, o local também é legal para as asas deltas. Só não vale considerar o lugar se for em cima de carniças...

*Você sabia que teve gente que já ficou até 12 horas no ar voando com asa delta? É, e eu pensava que o passeio era curto, tipo uns 45 minutos...
_______________________________________

Frase:

" Na asa delta você se sente ali no lugar certo, como se você estivesse assim... No seu próprio mundo que na verdade é dos pássaros. É nossa oportunidadezinha de estar ali, dividindo com eles."

Pedro Rattes, piloto do Rio de Janeiro que está em CRC participando do Super Race e começou a voar faz um ano.


Fera...

Janaina Takai

domingo, 12 de outubro de 2008

ALIANÇA DE COMPROMISSO


Com um pouco mais de duas décadas de vida já observei as mulheres de várias maneiras. Quando criança eu lembro que as grandonas e de rosto lisinho me chamavam muito à atenção (agora não sei se elas eram grandes mesmo ou se eu era pequenino de mais), mas o fato é que pareciam imensas. E na minha mente infantil futurística me via passeando na praça de mãos dadas com aquelas moças de cabelos longos e de sorrisos marcantes.

Fase de balão mágico superada começa a era da famosa imaginação fértil que domina a mulecada de 10, 11, 12 até incertos anos antes de chegar aos 20. Aí depende da excitação de cada um. Nessa brincadeira acaba sobrando até para as mãos e os dedinhos (entendeu onde quis chegar né?) que prestam ali um auxilio a necessidade de jogar um pouco para fora o tezão que se sente por uma mulher de beleza física desejável. A popular gostosona.

Na minha fase de espinhas na cara as que enlouqueciam eram Carla Peres (uma espécie de Gretchen dos anos 90), Sheila Carvalho (acho que substituiu a altura Rita Cadilac), e diretamente de um programa de tv vieram as inesquecíveis para os hormônios dos adolescentes daquela época Feiticeira e Tiazinha. A primeira se escondia atrás de um véu, mas pouco importava o rosto, importante era ver o “resto”, e que “resto”! A segunda fez com certeza muitas mãozinhas ficarem com calos e os banheiros eram visitadíssimos pelos adolescentes pertencentes naquela geração.

E no embalo desta “coceira tezônica” os meninos além das estrelas boazudas, se mordiam de desejo pelas garotas que eram de seus convívios. Por duas obvias questões: uma que estavam ali bem perto. Poderiam até em ato ousado passar a mão em alguma delas, e outra, já que não teriam mesmo oportunidade nenhuma com as ilustres gostosas, o jeito era “contentar” com as coleguinhas e demais garotas ou mulheres não famosas. Porém, boas.

Mas essa fantasia, que na verdade é taradisse se estende nos homens por tempo indeterminado de vida. Dizem que é instinto masculino, traduzindo: é sem vergonhisse mesmo. E dificilmente se encontra um cara que não repara, deseja e têm alucinações com alguma mulher, principalmente àquelas sedutoras, que deixam as cuecas mais esticadas, aquelas que tiram o sono e tiram o sossego do piriquitinho.

Agora, surpreendentemente venho observando algo que jamais imaginei que fosse acontecer. Não todos, até longe de ser maioria, mas o fato é que um número considerado de safados, digo homens, não olha primeiro o corpo de uma mulher. Claro que tem o lance da homossexualidade, mas aí é uma outra “questã” que não vem ao caso.

O que estou querendo pontuar, é que ando observando na homarada, um cuidado com essa moda da aliança de compromisso, a turma de “bundólogos” e “peitólogos” não vai mais de cara dura nos peitos ou nas bundas da mulherada. Eles primeiro dão uma olhadinha bem disfarçada na mão direita e tentam enxergar por lá um anelzinho de prata, bem chamativo no dedo anelar. Feito isso, se a danada da rodelinha tiver presente na área, quero dizer, no dedo da moça, a olhada no restante do corpo é mais discreta, ou às vezes nem rola (existe respeito ainda nesse mundo), mas se não, aí “o bicho pega” e dependendo até come. Mas aí é outro assunto.

E não é que entrei nessa onda também? E já faz um bom tempo. É automático, vem uma garota, ela vai se aproximando e quando está perto, meus olhos já estão lá... Lá na mão, é claro. Acontece muito nas lojas, onde grande parte das atendentes é um espetáculo estético. Mas o pescocinho insiste em virar e direcionar os olhos para detectar ali um possível comprometimento da cidadã.

Sempre achei essa coisa de aliança de compromisso uma bobeira. Coisa de casal que gosta de aparecer. Para mim a verdadeira aliança em um relacionamento está na cabeça e não em um objeto que você pode tirá-lo e esconder para uma possível troca de saliva e de óleo extra. Só que analisando nesse ponto, a aliança de compromisso tem até um papel importante na vida de um casal de namorados. Principalmente para os homens. Pois garante às vezes, a não investida de marmanjos a procura de uma gostosona. Mas não pense você que é sempre assim. Aliança de compromisso de verdade está na mente, essa é difícil de ser tirada, agora a que está no dedinho anelar da mão direita, essa toma rumo fácil, muito fácil. Qualquer bolsinho a esconde. Prova disso é que até a dourada da mão esquerda some “sem querer”.
Vanildo Marley
Além do texto postado, não poderia deixar te passar um pouco da minha empolgação. Ouvi nesta semana o 10º Cd do Skank (Estandarte), tal, que é a banda que venho acompanhando desde 1996 (não sou velho, é que comecei a acompanhar cedo) e é a minha banda comercial favorita. Talvez por tudo que ouvi e agora concluí de vez. O Skank tem lado A e lado B(excelente!). E entre a galera que toca em rádio é a que mais ousa ou a única. Já adianto aqui que Sutilmente parceria de Samuel Rosa com Nando Reis, vai ser o HIT do Cd, vai tocar "Insutilmente". Mas neste dia 12 de outubro minhas bençãos vão para Escravo e Saturação ambas de Samuca e Chico Amaral. Grande abraço e agora vou para minha semana do saco cheio para esvaziar o meu, merecidamente!!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O analfabeto político


Finda em boa parte do país as eleições municipais. O que isso significa? Significa que para a grande maioria dos brasileiros, política não entrará em pauta até o próximo escândalo, denúncia de corrupção etc. Enfim, acontecimentos com os quais já nos familiarizamos e cordialmente esquecemos, para êxtase daqueles que deveriam ser os nossos “representantes” e o são, pelo menos teoricamente.

O professor Antônio Candido declarou certa que vez que viveu em um tempo de grandes homens, para o bem e para o mal, ponderou, mas grandes. Talvez seja exatamente isso que nos falte: grandes políticos. Pessoas preocupadas realmente com o bem estar do grupo, da população, com o cidadão. Entretanto, me parece simplista e senso comum culpar somente aqueles que se dedicam ao serviço público, não que sejam criaturas inocentes manipuladas e induzidas a agir desta ou daquela forma pelo sistema, mas também não são, para usar uma figura mitológica popular, demônios. É claro, me refiro aqui genericamente, há aqueles que são figuras demoníacas de primeira grandeza, uns verdadeiros parasitas sociais. Tão pouco também, é justificável afirmar que o povo é ignorante e não sabe votar, ou facilmente conduzido pelos hábeis ‘marqueteiros’. Embora, não seja raro encontrar os obtusos, impressionados por malabarismos de uma eloqüência discursiva – muitos repletos de: “nós vamos estar realizando, fazendo, melhorando...” e outros gerundismos mais.

Sendo assim a quem podemos tomar por bode expiatório ao assistirmos no Jornal Nacional o resultado de mais uma CPI; de mais uma, quando raro, cassação? Da história, eu optaria. É do nosso processo histórico a culpa pelos eleitores inconscientes e inconseqüentes, dos políticos corruptos e corruptores. É das ditaduras que ceifaram a liberdade de questionar, que amordaçaram as vozes dissonantes e que premiaram com cargos públicos os seus simpatizantes e colaboradores mais arraigados. É da democracia que não ousou transcender o estágio primário e mesquinho de política no qual nos encontramos. Cabe, portanto, a nós mudar este paradigma, questionar melhorias e transparência na lida com as rendas públicas, não aceitar políticos desonestos... Em suma, tudo aquilo que vimos nas campanhas publicitárias do Supremo Tribunal Eleitoral.

Para finalizar umas palavras de Brechet: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo. Nada é impossível de Mudar. Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.”


Jean Carllo

domingo, 5 de outubro de 2008

Sobre fantasmas, serrotes e muita inspiração ...

http://neutralmilkhotel.net/nmh5.jpg
( clique na capa para baixar o álbum em mp3)

Neutral Milk Hotel, chamado também de NMH, era Jeff Mangum. Essa banda da gravadora coletiva Elephant 6 gravou dois long plays. Falarei aqui sobre o mais clássico deles, o segundo, In The Aeroplane Over the Sea .

As letras são, em sua maioria, resultados de sonhos recorrentes que Mangum tinha com uma família judia durante a Segunda Grande Guerra. Falam sobre fantasmas, reencarnação, abuso. E claro, são completamente pessoais.

No som, psicodelia, aquele rock indie dos anos 90 e muita experimentação. Algumas partes instrumentais do álbum remetem ao Blonde on Blonde, do Bob Dylan, àquela sinfonia desafinada e dissonante. Os demais músicos são amigos de Mangum e membros da Elephant 6. Numa primeira audição é impossível se familiarizar, devido à quantidade de detalhes. Esse álbum é daqueles que melhoram, revelam algo novo sempre que é ouvido.
Entre as experimentações (dissonancias e efeitos) está um ''instrumento'' que achei interessante. Um serrote. Sim, um serrote desses que está pensando mesmo, que é envergado e tocado com um arco de violino, emitindo sons fantasmagóricos, tremulantes e desafinados.


Music Tapes


O culto ao ''In The Aeroplane...'' foi crescendo ao longo dos anos. Alguns críticos chegam a afirmar que este é o melhor LP dos anos 90 e outros a compar a sua genialidade ao ''Sgt. Peppers...'' !

Não me arrisco a dizer isso, até porque não sou um crítico. Mas, se você tem um mínimo de bom gosto, deveria ouvir essa banda. É mais que ótima e, uma vez que as melodias entrarem na sua cabeça, nunca mais sairão: ''Two headed boy, all floating in glass...''

lucil junior

domingo, 28 de setembro de 2008

O Caderno do verdadeiro Mago

Blogueiros do mundo todo sintam-se honrados, porque o Sr. José Saramago é o nosso mais ilustre “companheiro” de labor! Parece quase inacreditável, mas é um fato: o grande escritor português (pergunto-me às vezes qual a necessidade de explicitar a nacionalidade de um escritor, identificá-lo a partir, e tão somente de seu local de nascimento. Isso acaba se tornando uma fórmula reducionista, e outra, aqueles que são bons realmente transgridem esta idéia de identidade nacionalista), Prêmio Nobel de Literatura de 1998 lançou neste mês o seu “O Caderno do Saramago”. Segundo o próprio Saramago pretende-se com o blog publicar “comentários, reflexões, simples opiniões sobre isto e aquilo, enfim, o que vier a talhe de foice”.




Como vocês devem ter percebido sou um admirador de José Saramago, sobretudo por se tratar de um escritor de estilo, talvez o maior ainda em atividade. Gilles Deleuze definiu no seu abecedário estilo como sendo um “composto de duas coisas: a língua que falamos e escrevemos passa por um tratamento que é um tratamento artificial, voluntário. É um tratamento que mobiliza tudo: a vontade do autor, assim como seus desejos, suas necessidades, etc. A língua sofre um tratamento sintático original. Pode se fazer a língua gaguejar. Não estou falando de você mesmo gaguejar, mas de fazer a língua gaguejar. Ou fazer a língua balbuciar, o que não é a mesma coisa. É por isso que um grande estilista não é um conservador da sintaxe. É um criador de sintaxe. Eu mantenho a bela fórmula de Proust: ‘As obras-primas são sempre escritas em uma espécie de língua estrangeira’. Um estilista é alguém que cria em seu idioma uma língua estrangeira. Ao mesmo tempo que, sob o primeiro aspecto, a sintaxe passa por um tratamento deformador, contorcionista, mas necessário, que faz com que a língua na qual se escreve se torne uma língua estrangeira, sob o segundo aspecto, faz-se com que se leve toda a linguagem até um tipo de limite. É o limite que a separa da música. Produz-se uma espécie de música. Quando se conseguem essas duas coisas e se há necessidade para tal, é um estilo. Os grandes estilistas fazem isso. É verdade para todos: cavar uma língua estrangeira na própria língua e levar toda a linguagem a uma espécie de limite musical. Ter um estilo é isso.”

Concordo inteiramente com o conceito de estilo dado por Deleuze. E José Saramago, certamente se enquadra naquela definição, ele levou a literatura escrita em língua portuguesa a um limite que rompe com a noção lugar comum de bom escritor que a maioria de nós temos. Ler os seus romances é sem dúvida um exercício de estranhamento – o que em tempos de mesmices e mediocridade literária se torna um bálsamo. Enfim, recomendo aos que não conhecem a prosa estilística de Saramago o façam o quanto antes, e não deixem também de ler o blog, lá ele expõe uma de suas melhores facetas: o de intelectual atento e analítico aos acontecimentos contemporâneos (como pode ser lido no ótimo artigo intitulado “George Bush, ou a idade da mentira”), simplesmente imperdível. Quem sabe assim o ‘nosso’ Mago que se auto-intitula o intelectual mais importante do Brasil não aprende alguma coisa com um (Sara)mago verdadeiro?


Jean Carllo

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

NÃO É RECOMENDÁVEL VER AS FOTOS ABAIXO BEBUM


Veja sem ócul
os



Vai descendo...


só mais um pouquinho...




Desce bem devagarinho...

Agora multiplipe o número de bocas e olhos que você viu em todas as fotos, divida por 7 some por 5.876.586 e subtraia por 45.2145. Quero ver Oswald de Sousa fazer essa...



Essa é uma vigança aos que amam matemática.





Só lembrando que a foto postada não é minha.

Tentei descobrir o autor da montagem, mas foi em vão tal missão.

Seja lá de quem for, fica aqui o registro de que somente as "sábias" palavras são de minha autoria.



Até a próxima bobeira...

Fungadinha no cangote e um poquito de secanagem pra todos nós!!!

Vanildo Marley

Confesso que a postagem é algo espetacularmente TOSCO!!!




































segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Que Viagem!

Tenho mania de ficar horas na internet procurando por bandas obscuras,totalmente desconhecidas, que acabaram muito antes de eu nascer.
Ah, quantas descobertas, quantas surpresas!
Bem, numa dessas buscas, me deparei com esse álbum do Brainticket, lançado em 1971.
Pra quem é ligado em rótulos, é um prog/psychedelic/kraut rock muito louco!
O som feito por esses suíços te faz viajar por lugares desconhecidos da mente.
Literalmente, a música deixa a gente chapado!
Faça o seguinte: baixe o mp3 clicando na capa abaixo, deite num lugar confortável, feche os olhos e deixe a música te levar. Depois me diga pra onde foi.
Esse álbum já foi descrito em vários lugares como um dos mais viajados de todos os tempos. É como se as ondas sonoras levassem lsd para o seu cérebro!
Uma experiência única.
Aviso importante : se for ouvir isso depois de beber umas doses, daquele jeito, terá uma viagem maravilhosa!
Ok, talvez não ache nada demais, ache algo datado e chato. Mas funcionou comigo, especialmente as músicas Braiticket pt.I, Brainticket pt.I (Conclusion) e brainticket pt. II.
Bon voyage!


domingo, 14 de setembro de 2008

... E o tal do Mundo não se acabou


Na última quarta-feira (10), confesso que fui tomado por certa apreensão motivada pelo alvoroço mídiatico em torno do (mega, super, hiper e outros superlativos mais) acelerador de partículas. Normalmente, não me preocupo ou dou atenção para esse tipo de experimento científico, mas desta vez foram tantas as matérias de tv e dos portais de notícias que resolvi, de fato, acompanhar a paranóia vigente. Estava em curso o fim do mundo, anunciaram os profetas ordinários e extraordinários.

Fim do mundo?! Perguntei-me, aqui do interior das Minas. Sem dúvida não há idéia mais original... Quantas vezes profetizaram o aniquilamento da humanidade? Inúmeras. Entretanto, mesmo tendo o físico Stephen Hawking afirmado que não havia perigo e percebendo o quão estapafúrdia era toda esta teoria apocalíptica preferi ficar em alerta, até porque nunca se sabe, não é?

Enfim, o fato é que como todos sabemos o mundo não acabou, pelo menos não desta vez. Segundo consta existe uma profecia Maia que data para dezembro de 2012 o fim – adivinha do quê –, do mundo, é claro! É nestas horas que devemos nos lembrar de um velho samba composto por Assis Valente e gravado em 1938 pela Carmem Miranda:

E o mundo não se acabou
Anunciaram e garantiram
Que o mundo ia se acabar
Por causa disso
Minha gente lá de casa
Começou a rezar...
E até disseram que o sol
Ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite
Lá no morro
Não se fez batucada...
Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando
De aproveitar...
Beijei a bôca
De quem não devia
Peguei na mão
De quem não conhecia
Dancei um samba
Em traje de maiô
E o tal do mundo
Não se acabou...
(...)
Chamei um gajo
Com quem não me dava
E perdoei a sua ingratidão
E festejando o acontecimento
Gastei com ele
Mais de quinhentão...
Agora eu soube
Que o gajo anda
Dizendo coisa
Que não se passou
E, vai ter barulho
E vai ter confusão
Porque o mundo não se acabou...
(...)
Anunciaram e garantiram
Que o mundo ia se acabar...
Jean Carllo

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Barulhinho Bom

Dois amigos conversando sobre suas descobertas musicais:

- Cara,achei uma banda, chama ''Godspeedyou!Black Emperor'', que é demais!
- É? Não conheço. Qual o estilo?
- É um jazz-avantgarde-post rock-doom-drone-shoegaze-ambient. Muito boa mesmo!
- Legal. Eu também descobri uma banda muito boa, recentemente. Chama Manowar. Conhece?
- Ixe, não conheço essa. Que estilo é?
- É true-heavy-power-speed-epic-metal.
- Ah...não curto esse estilo.


Alamaailman Vasarat : Kosher Kebab Jazz


Hipérboles à parte, é assim que as pessoas conversam sobre música hoje. Pelo menos a grande maioria(é pleonasmo isso?Nunca sei ao certo...). Há milhares e milhares de rótulos e dentro desses rótulos mais milhares de sub-rótulos. E isso nunca acaba. Toda semana inventam algo novo para ''batizar'' uma banda. Alguns rótulos básicos, que serviam apenas para nortear quanto ao som/procedência da banda foram deturpados e viraram moda. Indie, por exemplo, nada mais é do que uma abraviação de independente. Ou seja, bandas sem gravadora, que fazem tudo na base da ideologia punk '77 ''do it yourself''. Mas isso foi deturpado e agora é apenas um rótulo usado para identificar bandinhas e músicos descolados e ''na moda''. Há também o emocore, abreviação de Emotional Hardcore, um sub-rótulo do hardcore usado para definir bandas que tinham uma pegada mais melódica e letras sobre relacionamentos, de cunho pessoal. Algo bem diferente da maioria das bandas de hardcore,que só queriam atacar o ''sistema''. Era apenas uma definição inocente. Agora, chamam essas bandas de Emo e...bem, você com certeza sabe bastante sobre o conceito generalizado de Emo.
The Strokes : Indie Rock

O que quero dizer, citando esses exemplos, é o seguinte: rótulos são desnecessários. Alguns podem até ser úteis, por fazer referência á musicalidade que nasceu numa certa época, num determinado lugar, como o samba,o jazz,o blues e o rock. Mas com tantos rótulos por aí, a impressão que tenho é que a música é só uma mercadoria - ''O que vai hoje? Um progressive power metal ou um Kosher Kebab Jazz?'' - e muitas pessoas deixam de ouvir uma banda ou músico que poderiam gostar, só porque o rótulo não os agrada.

Na minha opinião, há só dois estilos de música; dois rótulos : Música Boa e Música Ruim. E essa definição é completamente particular. Varia de pessoa para pessoa. Simples: há a boa e a ruim. Eu ouço a música boa. O barulhinho bom.


Evergrey : Progressive Power Metal

Lucil Jr.

domingo, 7 de setembro de 2008

Você sabe fazer amiguinhos?



Vamos partir para futilidade! É um mal necessário observando que de 1000 pessoas as 1000 tem orkut! A bela e querida página de relacionamentos une pessoas pelo laço cibernético desde 2004 e até hoje as “cibermulas” não aprenderam como se faz” amiguinhos” pelo orkut.
Eu sou orkuteira assumida! Adoro bater altos papos pelas páginas de recados, scrap pra lá scrap pra cá, um luxo!

- E aí como foi à sexta? Muitas 9dades? Bom fimd p’rocê!!!!!! BjãoOooOO
Só conversa produtiva, aquele papo cabeça.

Então faz –se o login e lá se encontra uma solicitação de novos amigos. Ohhhh!!!!! Um novo amiguinho! E os olhos até brilham de tanta emoção. Mais uma pessoa para mandar recado em noites de insônia.
Quando passa a emoção você começa a analisar o seu novo amiguinho. Primeiro olha a foto. Você se esforça para reconhecer o ser ali na sua página, mas não consegue. Bem, pode ser uma foto antiga, daquelas bem horrorosas que só o dono acha uma lindura, orkut a gente encontra cada coisa. Então começa a próxima observação: O nome! Wander da Conceição. Nunca viu mais esquisito. A parte boa é que é um nome e não um monte de desenhos ou uma frase e coisas do tipo. Tudo bem, ainda tem a ultima opção. Vocês podem ter se falado uma vez na balada, ou na facul, quem sabe atravessando a faixa de pedestre ou podem ter pedido um real emprestado um para o outro. Vai saber, as possibilidades são muitas. Até porque a realidade não é tão diferente do “cibermundo”, tudo pode acontecer!

Voltando a última possibilidade de reconhecimento: a queridinha página de recados. Ali deve estar apresentado a motivo de tal solicitação. Nem que seja uma daquelas cantadas do tipo:
- Oi seu pai é médico?
Réplica:
- Não, por quê?
Treplica:
- Ah, pensei que fosse. Que saúde heim!
Assim, mesmo sem conhecer a pessoa, se faz um “cibercontato” e se o papo melhorar pode sair ate um “ciberamigo”. Ainda com esperanças você abre sua página e quando olha... 5.230! Ou seja, nenhum recado a mais do que a última vez que passou por lá.

Então eu me pergunto:
- Será que esse “ciberser” faz parte da comunidade “Tímido até no orkut”?
- Será que esse “ciberser” não sabe como MANDAR UM SCRAP?
- SERÁ QUE ESSE “CIBERSER” NÃO SABE ESCREVER!!!!!!!!!!!?

Como dizem por aí, isso nem Freud explica, até porque se perguntassem para Freud como fazer para mandar um scrap a um amigo que se encontra com distúrbios nervosos ele se questionaria: - O que é um scrap? Pode ser algo que represente uma vontade reprimida. Ou
será uma mutação psíquica?

A verdade é que no orkut as pessoas add umas as outras para aumentar o número de “ciberdesconhecidos”. Elas não aprenderam a fazer "ciberamiguinhos" .

Janaina Takai

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Independência ou feriado?

Assistindo uma aula “daquelas” de teoria da comunicação, “daquelas” para não falar, stressante, “tediosa”, chata e fu...

Depois de uns 15, 20 minutos de blá blá blá do professor (nada contra o coitado, mas no dia estava sem saco), vi que seria difícil uma empatia com a tal e aí fui fazer um passeio mental.

Uma parada ali, outra lá, acabei por lembrar que sete de setembro, é feriado nacional. Mas ao contrário dos últimos 4, 5 anos, dessa vez o danado foi “escalado” para um domingo.

E aí que entra a “questã”: o brasileiro sabe que tem feriado apenas quando caí no meio de semana devido a sua pausa no trabalho, escola ou qualquer outra atividade que lhe torre durante os dias letivos? Acho que sim! Exceto Natal e “Ano Novo”. Esses sempre são lembrados, mas se pingam em um domingo os coitadinhos acabam tomando alguns xingos. Dá uma dó do Papito Noel e das suas reninhas.

Não vi ainda nenhum bendito que comentasse sobre o feriado que marca a “independência” da nossa Pátria Amada! Dia sete de setembro de 2008, nada mais “é” que um domingo. Mas imagine se fosse sexta, como foi em 2007? Até missa mandariam celebrar para a alma de Dom Pedro pela "caridade".

Só que a benção para o nosso “herói”, ficará para 2009, quando a data histórica caírá na segunda. Pois nesse corrente aninho, sete de setembro não será feriado nacional, e sim um domingo normal.

E falando pela brasucada: ainda bem que calendário de carnaval segue um outro tipo de escala. Assim não tem como ficar sem folga e farra. UFA!

E Dom Pedro aos berros exclamou: Independência ou morte!
E o povo respondeu: Independência!

E Vanildo indagou: Independência ou feriado?
E o brasileiro respondeu: FERIAAAAAAAAAAAAAAAAAADDDDDDOOOOOOOOOOO!!!


Nesta minha primeira "aparição" no mês de setembro, gostaria de celebrar o nascimento da minha priminha Laura, que carinhosamente já é por mim chamada de Laurinha. A filha da Tia Berê nasceu. A Berê que me enssinou a ser sociável, a Berê que me ensinou a beber e a farriar. A Berê que há 3 anos anos casou com o são paulino Zé Rubens (gente boa de mais!). Mas a filhinha da atléticana Berê e do tricolor Rubens, nasceu dia 1º. de stembro de 2008, no dia em que o meu Corinthians completou 98 anos. VIVA!!

Vanildo (Marley)