domingo, 26 de outubro de 2008
Eu Estou Apaixonado
Faminto por beleza e paz
Meu coração pulsou eficaz
E me apaixonei por ela!
Cultivei em tardes frias sua voz mansinha que acariciava meu espírito nem sempre sensível, acalmava minha alma assombrada e cantava para o meu infinito correr feliz.
Que coisa mais linda!
Pediu-me licença sem mesmo pedir. Só mesmo ela para conseguir tal feito.
Na mansidão de sua voz, cravar a beleza ímpia no meu peito.
E olhei sua foto.
Pude ver seu rosto angelical que intimida as nuvens do outono e as flores da primavera.
Rostinho que me faz ignorar o sol do verão e contemplar os dias românticos do inverno.
Eu a vi.
E ela me deixou Mallu... co
Com sua inocência real, tão verdadeira quanto o canto dos pássaros.
Eu a ouvi e a vi. E me apaixonei por ela.
Eu a ouço e a vejo. E eu estou apaixonado!
Mallu Magalhães tem 16 anos e está lançando seu 1º Cd.
Começou de forma “irreal” e quando sua música caiu na net, despencou nas graças de muitos. Inclusive na minha.
Ouça e veja também Mallu Magalhães e verá que a “inocência” de Sandy era a coisa mais fajuta do planeta.
http://www.youtube.com/v/cdd6G4kjTTc&hl=pt-br&fs=1
Vanildo Marley
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Senta que lá vem História...
Em 4 de dezembro de 1928 o então presidente dos EUA, Calvin Coolidge em mensagem ao Congresso profetizou: “Nenhum Congresso dos Estados Unidos já reunido, ao examinar o estado da União, encontrou uma perspectiva mais agradável do que a de hoje [...] A grande riqueza criada por nossa empresa e indústria, e poupada por nossa economia, teve a mais ampla distribuição entre nosso povo, e corre como um rio a servir à caridade e aos negócios do mundo. As demandas da existência passaram do padrão da necessidade para a região do luxo. A produção que aumenta é consumida por uma crescente demanda interna e um comércio exterior em expansão. O país pode encarar o presente com satisfação e prever o futuro com otimismo.” O Sr. Calvin errou muitíssimo a sua previsão de futuro. Como pode ser comprovado por qualquer pessoa que tenha estudado História no colegial, em menos de um ano após a “Mensagem” aconteceu a Quebra da Bolsa de Nova Iorque. Um período difícil se instaurou no mundo (pelo menos nas regiões com relações comerciais mais ‘desenvolvidas’), e teoricamente aprendemos uma coisa: o capitalismo não era tão seguro quanto diziam os seus defensores.
1929...
...2008
Oras, alguém deveria ter ensinado o Sr. Calvin a fazer previsões como as de Eric, baseadas em análise critica e estudos sérios. Melhor: alguém deveria ter ensinado a alguns governantes, investidores e economistas que cair em grandes ‘ciladas’ econômicas por ausência de consciência histórica é sinônimo de demasiada ignorância.
E agora para encerrar este post, a resposta do historiador Eric Hobsbawm (já com mais de 90 anos) quando perguntado em entrevista recente à BBC Brasil se ele se sentia recuperado após anos de embates com a “opinião intelectual” que ia de encontro aos alertas dele. Hobsbawm respondeu: “Sempre dissemos que o capitalismo iria se chocar com suas próprias dificuldades, mas não me sinto recuperado. O que é certo é que as pessoas descobrirão que de fato o que estava sendo feito não produziu os resultados esperados. Durante 30 anos os ideólogos disseram que tudo ia dar certo: o livre mercado é lógico e produz crescimento máximo. Sim, diziam que produzia um pouco de desigualdade aqui e ali, mas também não importava muito porque os pobres estavam um pouco mais prósperos. Agora sabemos que o que aconteceu é que se criaram condições de instabilidades enormes, que criaram condições nas quais a desigualdade afeta não apenas os mais pobres, como também cada vez mais uma grande parte de classe média.”
Jean Carllo
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Je Vous Salue, Sarajevo
De certa forma, medo é a filha de Deus, redimida na noite de sexta-feira.
Ela não é linda. É zombada, amaldiçoada e renegada por todos.
Mas não entenda mal, ela cuida de toda agonia mortal, ela intercede pela humanidade.
Pois há uma regra e uma exceção. Cultura é a regra. E arte a exceção.
Todos falam a regra:cigarro, computador, camisetas, TV, turismo, guerra. Ninguém fala a exceção. Ela não é dita, é escrita: Flaubert, Dostoyevski. É composta: Gershwin, Mozart.
É pintada: Cézanne, Vermeer. É filmada: Antonioni, Vigo.
Ou é vivida, e se torna a arte de viver: Srebenica,Mostar, Sarajevo.
A regra quer a morte da exceção. Então a regra para a Europa Cultural é organizar a morte da arte de viver, que ainda floresce. Quando for a hora hora de fechar o livro, eu não terei arrependimentos. Eu vi tantos viverem tão mal, e tantos morrerem tão bem.
Jean Luc Godard, in Je Vous Salue Sarajevo(curta - metragem)- 1993.

Godard soube explorar como ninguém linguagem e imagem. Seus filmes herméticos são odiados por muitos e defendidos por outros. Glauber Rocha disse certa vez que, para ofendê-lo, bastaria que alguém falasse mal de Godard na sua frente.
O homem é o maior cineasta vivo. Mesmo não fazendo mais filmes(o último longa – metragem foi o dificílimo Notre Musique), ele merece esse posto(é discutível, claro).
O interessante nesse curta é que a única imagem utilizada é uma foto de guerra dos fotógrafos Ron Haviv e Luc Delahaye. Dois minutos, poucas palavras e zás! Está criada uma pequena obra-prima. Mais uma de tantas com a assinatura do mestre GODard. Genial, no mínimo.
E termino com o chavão: ''ame ou odeie''.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Céu radical em CRC

Quem olha para a pacata cidade de Carmo do Rio Claro, MG, tão calma e tranqüila por essência, não imagina que no céu da cidadezinha rola um dos mais radicais campeonatos. Carmo do Rio Claro foi escolhida para sediar a ultima etapa do Super Race que é a junção do campeonato nacional de vôo livre com o campeonato estadual do Rio de Janeiro e São Paulo.
No último sábado, dia 11 de outubro, as asas deltas começaram a colorir o céu da cidade. Mais de cem pilotos de todo o país estão em Carmo para concorrer ao titulo de campeão brasileiro. A competição está funcionando assim: a partir do meio dia os pilotos largam da rampa natural da serra da Tormenta. Todos levam um GPS que marca a trajetória de cada piloto - eles têm percursos a fazer pelos ares e para assegurar que fizeram tudo direitinho levam o GPS-. As provas de cada dia são decididas na hora da largada e depende das condições de vôo. Quem realiza o percurso em menos tempo pode ganhar a pontuação máxima que chega a 1000 pontos. Mais não é só chegar primeiro e ganhar “milzão”. Como nos disse o coordenador geral do campeonato, Haroldo Castro Neves, são várias as fórmulas matemáticas e os critérios usados para decidir a pontuação como velocidade, pontos de distância e bônus para quem anda na frente.
Carmo do Rio Claro já é conhecida na prática desse tipo de esporte. Asas deltas e paraglider sempre estão sobrevoando nosso ceuzinho. Segundo o coordenador, que já foi apresentado, Haroldo, a serra da Tormenta tem um bom desnível, a região tem muito potencial para o vôo livre, muitas térmicas e a cidade oferece uma infra-estrutura bacana para a prática do esporte. O mais bacana do campeonato é o seguinte. A galera que se der bem nessa última etapa, disputa o campeonato mundial que rola ano que vem na França. É benzinho, o negócio é radical. De Carmo city além de sair o campeão brasileiro de vôo livre sai também à equipe brasileira que vai para França disputar o mundial.
Se você carmelitano olhou para o céu nos últimos dias e viu nele um monte de passarinhos diferentes, se liga, não são pássaros, são asas deltas e os caras estão tentando “bicar” o primeiro lugar do Super Race. Se você, desatento, não tinha percebido uma movimentação diferente pelo céu da cidade, não chore, o campeonato rola até o sabadão dia 18 e você ainda pode morrer de inveja por não estar voando.
Uma notícia ruim. Nenhum dos pilotos parece ter trazido o equipamento que possibilita o vôo de duas pessoas. Não conversei com todos, se alguém aí tiver mais sorte e achar um piloto com esse equipamento, ME AVISA! Estou com muita vontade de dar uma voadinha... Seria estranha essa frase fora do contexto não seria!?
O importante é que a cidade é linda e merece ser palco de muitos outros Super Races e quantos outros campeonatos quiserem trazer para cá.
CuRiOsIdADeS:
*Você sabia que o vôo da asa delta é como o vôo de um urubu? Eles têm o mesmo processo de “funcionamento”, então onde tiver um bando de urubu voando, o local também é legal para as asas deltas. Só não vale considerar o lugar se for em cima de carniças...
*Você sabia que teve gente que já ficou até 12 horas no ar voando com asa delta? É, e eu pensava que o passeio era curto, tipo uns 45 minutos...
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Frase:
" Na asa delta você se sente ali no lugar certo, como se v

Pedro Rattes, piloto do Rio de Janeiro que está em CRC participando do Super Race e começou a voar faz um ano.
Fera...
Janaina Takai
domingo, 12 de outubro de 2008
ALIANÇA DE COMPROMISSO
Fase de balão mágico superada começa a era da famosa imaginação fértil que domina a mulecada de 10, 11, 12 até incertos anos antes de chegar aos 20. Aí depende da excitação de cada um. Nessa brincadeira acaba sobrando até para as mãos e os dedinhos (entendeu onde quis chegar né?) que prestam ali um auxilio a necessidade de jogar um pouco para fora o tezão que se sente por uma mulher de beleza física desejável. A popular gostosona.
Na minha fase de espinhas na cara as que enlouqueciam eram Carla Peres (uma espécie de Gretchen dos anos 90), Sheila Carvalho (acho que substituiu a altura Rita Cadilac), e diretamente de um programa de tv vieram as inesquecíveis para os hormônios dos adolescentes daquela época Feiticeira e Tiazinha. A primeira se escondia atrás de um véu, mas pouco importava o rosto, importante era ver o “resto”, e que “resto”! A segunda fez com certeza muitas mãozinhas ficarem com calos e os banheiros eram visitadíssimos pelos adolescentes pertencentes naquela geração.
E no embalo desta “coceira tezônica” os meninos além das estrelas boazudas, se mordiam de desejo pelas garotas que eram de seus convívios. Por duas obvias questões: uma que estavam ali bem perto. Poderiam até em ato ousado passar a mão em alguma delas, e outra, já que não teriam mesmo oportunidade nenhuma com as ilustres gostosas, o jeito era “contentar” com as coleguinhas e demais garotas ou mulheres não famosas. Porém, boas.
Mas essa fantasia, que na verdade é taradisse se estende nos homens por tempo indeterminado de vida. Dizem que é instinto masculino, traduzindo: é sem vergonhisse mesmo. E dificilmente se encontra um cara que não repara, deseja e têm alucinações com alguma mulher, principalmente àquelas sedutoras, que deixam as cuecas mais esticadas, aquelas que tiram o sono e tiram o sossego do piriquitinho.
Agora, surpreendentemente venho observando algo que jamais imaginei que fosse acontecer. Não todos, até longe de ser maioria, mas o fato é que um número considerado de safados, digo homens, não olha primeiro o corpo de uma mulher. Claro que tem o lance da homossexualidade, mas aí é uma outra “questã” que não vem ao caso.
O que estou querendo pontuar, é que ando observando na homarada, um cuidado com essa moda da aliança de compromisso, a turma de “bundólogos” e “peitólogos” não vai mais de cara dura nos peitos ou nas bundas da mulherada. Eles primeiro dão uma olhadinha bem disfarçada na mão direita e tentam enxergar por lá um anelzinho de prata, bem chamativo no dedo anelar. Feito isso, se a danada da rodelinha tiver presente na área, quero dizer, no dedo da moça, a olhada no restante do corpo é mais discreta, ou às vezes nem rola (existe respeito ainda nesse mundo), mas se não, aí “o bicho pega” e dependendo até come. Mas aí é outro assunto.
E não é que entrei nessa onda também? E já faz um bom tempo. É automático, vem uma garota, ela vai se aproximando e quando está perto, meus olhos já estão lá... Lá na mão, é claro. Acontece muito nas lojas, onde grande parte das atendentes é um espetáculo estético. Mas o pescocinho insiste em virar e direcionar os olhos para detectar ali um possível comprometimento da cidadã.
Sempre achei essa coisa de aliança de compromisso uma bobeira. Coisa de casal que gosta de aparecer. Para mim a verdadeira aliança em um relacionamento está na cabeça e não em um objeto que você pode tirá-lo e esconder para uma possível troca de saliva e de óleo extra. Só que analisando nesse ponto, a aliança de compromisso tem até um papel importante na vida de um casal de namorados. Principalmente para os homens. Pois garante às vezes, a não investida de marmanjos a procura de uma gostosona. Mas não pense você que é sempre assim. Aliança de compromisso de verdade está na mente, essa é difícil de ser tirada, agora a que está no dedinho anelar da mão direita, essa toma rumo fácil, muito fácil. Qualquer bolsinho a esconde. Prova disso é que até a dourada da mão esquerda some “sem querer”.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
O analfabeto político

O professor Antônio Candido declarou certa que vez que viveu em um tempo de grandes homens, para o bem e para o mal, ponderou, mas grandes. Talvez seja exatamente isso que nos falte: grandes políticos. Pessoas preocupadas realmente com o bem estar do grupo, da população, com o cidadão. Entretanto, me parece simplista e senso comum culpar somente aqueles que se dedicam ao serviço público, não que sejam criaturas inocentes manipuladas e induzidas a agir desta ou daquela forma pelo sistema, mas também não são, para usar uma figura mitológica popular, demônios. É claro, me refiro aqui genericamente, há aqueles que são figuras demoníacas de primeira grandeza, uns verdadeiros parasitas sociais. Tão pouco também, é justificável afirmar que o povo é ignorante e não sabe votar, ou facilmente conduzido pelos hábeis ‘marqueteiros’. Embora, não seja raro encontrar os obtusos, impressionados por malabarismos de uma eloqüência discursiva – muitos repletos de: “nós vamos estar realizando, fazendo, melhorando...” e outros gerundismos mais.
Sendo assim a quem podemos tomar por bode expiatório ao assistirmos no Jornal Nacional o resultado de mais uma CPI; de mais uma, quando raro, cassação? Da história, eu optaria. É do nosso processo histórico a culpa pelos eleitores inconscientes e inconseqüentes, dos políticos corruptos e corruptores. É das ditaduras que ceifaram a liberdade de questionar, que amordaçaram as vozes dissonantes e que premiaram com cargos públicos os seus simpatizantes e colaboradores mais arraigados. É da democracia que não ousou transcender o estágio primário e mesquinho de política no qual nos encontramos. Cabe, portanto, a nós mudar este paradigma, questionar melhorias e transparência na lida com as rendas públicas, não aceitar políticos desonestos... Em suma, tudo aquilo que vimos nas campanhas publicitárias do Supremo Tribunal Eleitoral.
Para finalizar umas palavras de Brechet: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo. Nada é impossível de Mudar. Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.”
domingo, 5 de outubro de 2008
Sobre fantasmas, serrotes e muita inspiração ...
Neutral Milk Hotel, chamado também de NMH, era Jeff Mangum. Essa banda da gravadora coletiva Elephant 6 gravou dois long plays. Falarei aqui sobre o mais clássico deles, o segundo, In The Aeroplane Over the Sea .
As letras são, em sua maioria, resultados de sonhos recorrentes que Mangum tinha com uma família judia durante a Segunda Grande Guerra. Falam sobre fantasmas, reencarnação, abuso. E claro, são completamente pessoais.
No som, psicodelia, aquele rock indie dos anos 90 e muita experimentação. Algumas partes instrumentais do álbum remetem ao Blonde on Blonde, do Bob Dylan, àquela sinfonia desafinada e dissonante. Os demais músicos são amigos de Mangum e membros da Elephant 6. Numa primeira audição é impossível se familiarizar, devido à quantidade de detalhes. Esse álbum é daqueles que melhoram, revelam algo novo sempre que é ouvido.
Entre as experimentações (dissonancias e efeitos) está um ''instrumento'' que achei interessante. Um serrote. Sim, um serrote desses que está pensando mesmo, que é envergado e tocado com um arco de violino, emitindo sons fantasmagóricos, tremulantes e desafinados.

O culto ao ''In The Aeroplane...'' foi crescendo ao longo dos anos. Alguns críticos chegam a afirmar que este é o melhor LP dos anos 90 e outros a compar a sua genialidade ao ''Sgt. Peppers...'' !
Não me arrisco a dizer isso, até porque não sou um crítico. Mas, se você tem um mínimo de bom gosto, deveria ouvir essa banda. É mais que ótima e, uma vez que as melodias entrarem na sua cabeça, nunca mais sairão: ''Two headed boy, all floating in glass...''
lucil junior