quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Senhora do Canto


Odeio final de ano. Por que, me perguntariam aqueles que adoram as festividades do período. Questão simples de se responder. Creio ser esta uma época aonde a hipocrisia – já tão habitual no nosso cotidiano – ganha dimensões exorbitantes. Espírito cristão é possível argumentar. Falsidade cristã, talvez...


Na verdade o parágrafo anterior não tem nada a ver com o que pretendo escrever hoje. Não passa, aliás, de mero “nariz de cera” como se diz no jargão jornalístico, portanto desnecessário e irrelevante por não acrescentar nada ao leitor. Pronto, não é que este também se tornou mais um narigão de cera?!


Pois bem, para poupá-los de minhas viciosidades narrativas passo direto para o meu objeto: a cantora e interprete lírica de nome Jessye Norman. Lembro-me perfeitamente da primeira vez que a vi e ouvi. Na ocasião a soprano acompanhada pela Metropolitan Opera interpretava os Spirituals (canções de igreja pentecostais negras, uma das raízes pode-se dizer do que viria a ser a atual Black Music) juntamente com outra grande cantora, Kathleen Battle. Fiquei de imediato impactado. Primeiro por desconhecer ambas as cantoras famosíssimas ao que tudo indicava, e segundo pela potência vocal de Jessye Norman, uma das maiores do século XX como gostava de ressaltar o saudoso apresentador do “Quem tem medo da Música Clássica”, Artur da Távola. Impressionante, seria o termo correto. Norman impressiona pela grandeza da voz, pela imponência corporal, em suma pela atitude de Senhora do Canto. E me valho mais uma vez das palavras de Távola quando ele afirmou o quanto Jessye era penetrante ao interpretar as canções que ‘tocavam’ a sua alma e as origens negras. A isso chamo de verdade, é essencial aos grandes artistas serem verdadeiros consigo mesmos (não falo de verdade moral ou coisa do tipo), e Norman o é, certamente. Após esse primeiro contato com Jessye eu assisti outras apresentações dela em que interpretava óperas de Wagner, áreas de Bizet e até a Marselhesa na comemoração do 14 de Julho francês.


Anos se passaram e não é que agora Jessye “reapareceu” em minha vida?! Isso graças ao caro amigo Lucil que fez a benesse de presentear-me com o link que contem o álbum de Spirituals gravado por Norman. Exultei por poder ouvi-la novamente, e este período que quase invariavelmente é de uma melancolia persistente se tornou até mais... ou melhor menos deprimente. Enfim, não deixem de conhecer esta magnífica cantora, e antes de afirmarem categoricamente: “eu não gosto de música clássica” ouçam. Como diria um amigo “muitas vezes é a freqüência que determina o gosto”. Então é isso, se concedam o privilégio da dúvida, experimentem Jessye Norman! Até o próximo ano e bebam sem moderação...


(Este é o link para o álbum de Spirituals:

http://www.4shared.com/dir/3399445/c876f61c/Jessye_Norman_-_Spirituals.html )


Jean Carllo

domingo, 21 de dezembro de 2008

Férias, Propaganda e Festas!!

Já há uma semana não vou à faculdade. Livrei-me das turbulações das provas e trabalhos finais mais facilmente do que imaginava. Lembrei do Lúcil dizer uma vez, numa prova de português em que não tínhamos estudado nada. No final da prova ele disse: “a prova desceu como água benta”. Tal frase serve para as minhas avaliações finais. Estava tão estressado que não tinha ânimo tão pouco paciência para pegar caderno ou livro para estudar. O jeito era fluir o que aprendi em sala de aula. Sendo assim, o perigo continuava, pois quase não assistia mais aulas no último mês. Finalzinho de ano “daqueles” este. Problemas pessoais sobraram, contribuindo para o meu estress. Resumindo a “questã”, saí bem em todas as provas e vi que aos pouquinhos estou ficando menos burrinho.

Aulas encerradas, então era hora de fazer o meu blog para contar um pouco mais sobre o meu cotidiano. Idéia antiga, que ficou mais forte recentemente. Tantas coisas aconteciam comigo, que aos poucos vi que minha vidinha não era tão desinteressante assim. Pelo contrário, minha vida é hilária. Pensando nisso resolvi criar o VIDRASSA (www.vidrassa.blogspot.com) para comentar fatos recentes e passados. E também dar pitacos no que acontece mundo afora.

Viva o jabá!

Não sei se passarei mais por aqui em 2008. Então para os que gostam das festas de final de ano, desejo ótimas comemorações no natal e passagem de ano. Que todos nós tenhamos mais compaixão no ano que está por vir.

Vanildo Marley

sábado, 13 de dezembro de 2008

Bon Iver - For Emma, forever ago

Super bandas com oito, nove ou até mais integrantes estão na moda (Bss, Arcade Fire, etc).
Aquele som com trezentos mil instrumentos, cheio de detalhes, grandioso. E, em meio à essa moda, Bon Iver vem para mostrar-nos que algo grandioso não depende da quantidade de pessoas envolvidas.

Justin Vernon saiu de sua antiga banda e terminou um relacionamento em 2007. Isso fez com que o rapaz se isolasse numa cabana em Wisconsin (Eua) por três meses.
O fruto dessa solidão é ''For Emma, Forever Ago''.Vernon fez e tocou todas as canções, levadas sempre ao som de um bom violão folk e vozes dobradas cheias de melodia. Músicas aconchegantes, pra ouvir durante um bom inverno.Sem dúvidas, o melhor cd de 2007. E não só eu acho isso, ele está presente nas mais famosas listinhas de ''best off 2007'' por aí. Minha preferida é Skinny Love:
Who will love you?
Who will fight?
Who will fall far behind?
E aproveito aqui pra deixar o endereço do La Blogotheque. Um site francês que promove concertos bem diferentes e bonitos onde as bandas/músicos tocam pelas ruas de Paris, em cafés, casas antigas, no campo...é coisa d'outro mundo de tão belas que são as apresentações. E dá pra baixar muita coisa pelo site. É perfeito.

Lucil Jr. (que já está ouvindo o Blood Bank, novo Ep do Bon Iver, a ser lançado em 2009 hehe)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Prestação de Serviço

Para unir e ajudar as pessoas, sempre é preciso fazer o tempo.
Não é nenhuma sacanagem. Nós do Mistureba não somos ricos e famosos, porém, justos e humanos. De qualquer forma, vai aqui o link do blog do Juca Kfouri(http://blogdojuca.blog.uol.com.br/index.html)
que comprava toda a seriedade do post.
Equipe Mistureba Hibrida

Cultura 0800


Em nome dos demais cidadãos que integram este blog peço desculpas pela ausência constante de postagens. Mas justifico tal “relaxo” pelos trabalhos e provas finais na facul. Para não ficar em vão, mando aqui algumas fotos do show do Teatro Mágico no último dia de novembro de 2008 na cidade de Muzamba City (MG). O show encerrou a terceira edição (se não estou enganado) do festival Cultura e Música de Muzambinho.

Na postagem anterior é destacado que só não tem cultura quem não quer. E o festival de Muzamba comprava isso. Paguei apenas R$ 20,00 para ver uma apresentação que vou humildemente classificar como “diferente”. Lembrando que os 20 mangos foram da van, porque a entrada era 0800.

Maiores informações sobre o festival Cultura e Música de Muzambinho nos seguintes links: http://www.festivalmuzambinho.com.br/ e http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=48595725

Que o exemplo sirva para as prefeituras de outras cidades consideradas pequenas.

Parabéns Muzamba!!!!


Vanildo Marley

domingo, 23 de novembro de 2008

Tentando Entender

Estou tentando entender o que não sei como entender. Mas que da para entender, eu acho.

Tudo começa na quinta-feira (20/11/08), quando tenho que dormir fora de casa para resolver questões da faculdade (isso seria na sexta de manhã). Aproveitei então para ir à festa de aniversário de um professor (não vou citar o nome dele, porque ele não gosta de blogs e vai que resolve tirar os poucos pontos que tenho em antropologia? A minha situação em antropologia. “I, ta mar”). Por acaso, mas não deixou de ser minha primeira festa como universitário(imprevistos sentimentais aconteceram). Pois bem, papo vai, papo vem e as viagens tanto dos alunos quanto a dos professores era algo no mínimo, sei lá. E equilibrando na linha do acaso, na festa conheço o Nicolau (ainda não me deu aula, ano que vêm isso acontecerá, espero!) irmão da Fran que tenho contato virtualmente há pouco mais de 2 anos. Tantas conversas com minha “titia” no mundo virtual, acabo primeiro por conhecer pessoalmente seu irmão. Êta mundinho maluco.

Concluindo: no final da festa do professor que não citarei o nome, perguntaram como que estava minha condição mental depois de sei lá quantas cervejas nas idéias. Respondi: “I, ta mar”.

Na sexta, resolvo o que tinha para resolver e a convite do Jonatam (o mais novo jornalista do palneta) vou com ele almoçar em um restaurante (não tinha comida na república “Orfanato do Cirilo”) e é aí que começa a minha tentativa de entendimento.

Durante a sobre mesa discutíamos a sociedade do interior. Deliramos em projetos fotográficos que esperamos ter apoio para realizá-los. Falamos também da cultura intelectual do pobre e do rico.

E no decorrer da conversa, olho para o lado e vejo um prato solitário na mesa que ficava a nossa esquerda. E também um entregador de refrigerantes que passava toda hora com garrafas para colocar no estoque. Nesse momento meu cérebro processou por volta de mil imagens. E rapidamente pedi para o Joonatam registrar tal imagem. Ótimo! Veja a foto e se delicie com suas conclusões a respeito do nosso cotidiano.Antes de sairmos do restaurante, ganhamos de brinde pelo nosso bom comportamento uma sobre mesa ocular. Era a minha professora louquinha que também rangou no restaurante. Infelizmente não foi na nossa mesa e mais infelizmente ainda, não pagou a nossa conta (tá, eu entendo, professora e jornalista no Brasil não pode esbanjar grana como por exemplo, um político). Sorte a nossa que o sorriso da “Lú” não tem preço. Se tivesse, eu ficaria sem ele por falta de bufunfa para pagá-lo.

E caminhando, conversando e seguindo sem direção, mais uma vez olho para o meu lado esquerdo e vejo no alto de um sobrado uma cena que palpitou meu sistema social. Desesperado falo para o Jonatam: “olha aquela imagem”. E ele: “cadê? O quê? Nossa”!!!

Uma foto que mostra o Brasil sofredor que é. Veja, tire e faça milhões de conclusões.

Não posso deixar de registrar a nossa conversa dentro da Igreja. Entramos e por lá ficamos uns 30 minutos falando do mundo. Não rezamos. Mas a cada assunto que abordávamos, era uma forma de agradecimento ao que temos e somos. Ele vendo Deus de um jeito e eu de outro. Como penso que deveria de ser.

Daí direto para uma livraria. E é onde concluo e que não concluí. Entendo o que não entendi.

Antes tinha passado em uma banca de revistas e comprado um livro de crônicas do Manuel Carlos (A Arte de Reviver). Custou precisamente R$ 9,90. Não é lançamento para o mercado, mas para mim sim. Eu não tinha lido ainda. E comprei “baratinho”. Era o grande propósito nosso. Comprar coisas legais, por um preço doce para o bolso.

Na livraria, o tormento foi imenso. Autores consagrados, clássicos. Mas preços amargos. Bateu um desespero. E essa tortura durou uns 40 minutos. Acabei por levar um que conta a histótia do Corinthians. Mas o curioso que não pelo amor ao time e ao futebol na qual sou possuidor. E sim por quem o escreveu. Um livro de Orlando Duarte e em parceria com João Bosco Tureta é sem comentários. Desembolsei pela obra (CORINTHIANS, o Time da Fiel) R$ 31,00.

Livros de poemas, crônicas, romances, almanaques e segue fila. Pena que não tinha grana para levar o que queria.

E aí pergunto? Como alguém que tem grana, condições de possuir riqueza literária, conhecimento, não da à mínima para isso? Como que conseguem ser burrinhos? Qual a razão de não quererem nada com a vida, a não ser cuidar da estética? Por que o perfume importado e não um livro pelo menos uma vez ao mês? Repito a indagação inicial. Como existem pessoas ricas burras?

Existe sim pobre que é ignorante por preguiça. Basta correr atrás. Óbvio que não na mesma condição dos endinheirados, mas burro hoje só é quem quer.

Mas por experiência própria recentemente vivida. Ser burro com grana é burrice de verdade.

Deu para entender?


"Adianto aqui os parabéns ao camarada Jonatam que terá em mãos seu diploma de jornalista. E estendo para todos da UEMG de Passos que seguirão a carreira jornalística, desejando- os muito sucesso e sorte".

Vanildo Marley

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Deus, Salve as Polaroids!

Os aficcionados por Polaroids em breve ficarão órfãos. A máquina fotográfica instantânea deixou de ser fabricada em 2007, mas é facilmente encontrada à venda em diversos sítios como Mercado Livre e E-Bay . Em 2008 o Site oficial da Polaroid soltou a nota que deixou muitos fãs tristes: a produção de filmes instantâneos também foi cessada. O último lote de filmes tem seu fim certo (a data de validade) : Setembro de 2009. Após isso a Polaroid, como uma foto, será só uma lembrança.
Criada em 1948, com esse conceito inédito de filmes instantâneos, a máquina virou mania. Muitas pessoas não precisavam mais levar seus rolos de filmes 35mm para serem revelados em laboratórios especialidados.
A foto tem características únicas: as cores desbotadas e o foco imperfeito dão um aspecto antigo à imagem. É esse o motivo de, até hoje, a Pola (como é chamada por seus usuários) conquistar novos fãs.
Há sítios, como o save polaroid , que tentam preservar a marca e até fazem abaixo-assinados virtuais para que a empresa volte a fabricar os filmes.
A Polaroid, na tentativa de agradar aos amantes da máquina antiga, teve uma idéia infeliz: criou uma impressora portátil que pode ser acoplada às maquinas digitais. Mesmo tendo a finalidade dos filmes instantâneos, a idéia não vingou. O aspecto peculiar da foto não era o mesmo das clássicas analógicas.
Polaroid de William S. Burroughs (escritor)
tirada por Andy Warhol

Enfim, termino o post com uma belíssima frase comercial bem original: se você ainda não tem uma Polaroid, corra e compre a sua, pois o tempo é curto!
E fico por aqui, olhando para a minha e já imaginando o dia em que ela virará relíquia.
God Save The Polaroids!

Lucil Jr.