Em 4 de dezembro de 1928 o então presidente dos EUA, Calvin Coolidge em mensagem ao Congresso profetizou: “Nenhum Congresso dos Estados Unidos já reunido, ao examinar o estado da União, encontrou uma perspectiva mais agradável do que a de hoje [...] A grande riqueza criada por nossa empresa e indústria, e poupada por nossa economia, teve a mais ampla distribuição entre nosso povo, e corre como um rio a servir à caridade e aos negócios do mundo. As demandas da existência passaram do padrão da necessidade para a região do luxo. A produção que aumenta é consumida por uma crescente demanda interna e um comércio exterior em expansão. O país pode encarar o presente com satisfação e prever o futuro com otimismo.” O Sr. Calvin errou muitíssimo a sua previsão de futuro. Como pode ser comprovado por qualquer pessoa que tenha estudado História no colegial, em menos de um ano após a “Mensagem” aconteceu a Quebra da Bolsa de Nova Iorque. Um período difícil se instaurou no mundo (pelo menos nas regiões com relações comerciais mais ‘desenvolvidas’), e teoricamente aprendemos uma coisa: o capitalismo não era tão seguro quanto diziam os seus defensores.
1929...
...2008
Oras, alguém deveria ter ensinado o Sr. Calvin a fazer previsões como as de Eric, baseadas em análise critica e estudos sérios. Melhor: alguém deveria ter ensinado a alguns governantes, investidores e economistas que cair em grandes ‘ciladas’ econômicas por ausência de consciência histórica é sinônimo de demasiada ignorância.
E agora para encerrar este post, a resposta do historiador Eric Hobsbawm (já com mais de 90 anos) quando perguntado em entrevista recente à BBC Brasil se ele se sentia recuperado após anos de embates com a “opinião intelectual” que ia de encontro aos alertas dele. Hobsbawm respondeu: “Sempre dissemos que o capitalismo iria se chocar com suas próprias dificuldades, mas não me sinto recuperado. O que é certo é que as pessoas descobrirão que de fato o que estava sendo feito não produziu os resultados esperados. Durante 30 anos os ideólogos disseram que tudo ia dar certo: o livre mercado é lógico e produz crescimento máximo. Sim, diziam que produzia um pouco de desigualdade aqui e ali, mas também não importava muito porque os pobres estavam um pouco mais prósperos. Agora sabemos que o que aconteceu é que se criaram condições de instabilidades enormes, que criaram condições nas quais a desigualdade afeta não apenas os mais pobres, como também cada vez mais uma grande parte de classe média.”
Jean Carllo
3 comentários:
Clássico. Gostei da relação entre fotos.
Eu ainda vou mais longe...
"O capitalismo gera o seu próprio coveiro."
Karl Marx
assim caminha a humanidade, amiguinho! Que Deus nos proteja porque infelizmente estamos todos no mesmo barco e nossas vidas estão sempre nas mãos de pessoas despreparadas que servem a um sistema falido. Parabéns pelo texto. Também gostei da relação das fotos.bj.
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