domingo, 23 de novembro de 2008

Tentando Entender

Estou tentando entender o que não sei como entender. Mas que da para entender, eu acho.

Tudo começa na quinta-feira (20/11/08), quando tenho que dormir fora de casa para resolver questões da faculdade (isso seria na sexta de manhã). Aproveitei então para ir à festa de aniversário de um professor (não vou citar o nome dele, porque ele não gosta de blogs e vai que resolve tirar os poucos pontos que tenho em antropologia? A minha situação em antropologia. “I, ta mar”). Por acaso, mas não deixou de ser minha primeira festa como universitário(imprevistos sentimentais aconteceram). Pois bem, papo vai, papo vem e as viagens tanto dos alunos quanto a dos professores era algo no mínimo, sei lá. E equilibrando na linha do acaso, na festa conheço o Nicolau (ainda não me deu aula, ano que vêm isso acontecerá, espero!) irmão da Fran que tenho contato virtualmente há pouco mais de 2 anos. Tantas conversas com minha “titia” no mundo virtual, acabo primeiro por conhecer pessoalmente seu irmão. Êta mundinho maluco.

Concluindo: no final da festa do professor que não citarei o nome, perguntaram como que estava minha condição mental depois de sei lá quantas cervejas nas idéias. Respondi: “I, ta mar”.

Na sexta, resolvo o que tinha para resolver e a convite do Jonatam (o mais novo jornalista do palneta) vou com ele almoçar em um restaurante (não tinha comida na república “Orfanato do Cirilo”) e é aí que começa a minha tentativa de entendimento.

Durante a sobre mesa discutíamos a sociedade do interior. Deliramos em projetos fotográficos que esperamos ter apoio para realizá-los. Falamos também da cultura intelectual do pobre e do rico.

E no decorrer da conversa, olho para o lado e vejo um prato solitário na mesa que ficava a nossa esquerda. E também um entregador de refrigerantes que passava toda hora com garrafas para colocar no estoque. Nesse momento meu cérebro processou por volta de mil imagens. E rapidamente pedi para o Joonatam registrar tal imagem. Ótimo! Veja a foto e se delicie com suas conclusões a respeito do nosso cotidiano.Antes de sairmos do restaurante, ganhamos de brinde pelo nosso bom comportamento uma sobre mesa ocular. Era a minha professora louquinha que também rangou no restaurante. Infelizmente não foi na nossa mesa e mais infelizmente ainda, não pagou a nossa conta (tá, eu entendo, professora e jornalista no Brasil não pode esbanjar grana como por exemplo, um político). Sorte a nossa que o sorriso da “Lú” não tem preço. Se tivesse, eu ficaria sem ele por falta de bufunfa para pagá-lo.

E caminhando, conversando e seguindo sem direção, mais uma vez olho para o meu lado esquerdo e vejo no alto de um sobrado uma cena que palpitou meu sistema social. Desesperado falo para o Jonatam: “olha aquela imagem”. E ele: “cadê? O quê? Nossa”!!!

Uma foto que mostra o Brasil sofredor que é. Veja, tire e faça milhões de conclusões.

Não posso deixar de registrar a nossa conversa dentro da Igreja. Entramos e por lá ficamos uns 30 minutos falando do mundo. Não rezamos. Mas a cada assunto que abordávamos, era uma forma de agradecimento ao que temos e somos. Ele vendo Deus de um jeito e eu de outro. Como penso que deveria de ser.

Daí direto para uma livraria. E é onde concluo e que não concluí. Entendo o que não entendi.

Antes tinha passado em uma banca de revistas e comprado um livro de crônicas do Manuel Carlos (A Arte de Reviver). Custou precisamente R$ 9,90. Não é lançamento para o mercado, mas para mim sim. Eu não tinha lido ainda. E comprei “baratinho”. Era o grande propósito nosso. Comprar coisas legais, por um preço doce para o bolso.

Na livraria, o tormento foi imenso. Autores consagrados, clássicos. Mas preços amargos. Bateu um desespero. E essa tortura durou uns 40 minutos. Acabei por levar um que conta a histótia do Corinthians. Mas o curioso que não pelo amor ao time e ao futebol na qual sou possuidor. E sim por quem o escreveu. Um livro de Orlando Duarte e em parceria com João Bosco Tureta é sem comentários. Desembolsei pela obra (CORINTHIANS, o Time da Fiel) R$ 31,00.

Livros de poemas, crônicas, romances, almanaques e segue fila. Pena que não tinha grana para levar o que queria.

E aí pergunto? Como alguém que tem grana, condições de possuir riqueza literária, conhecimento, não da à mínima para isso? Como que conseguem ser burrinhos? Qual a razão de não quererem nada com a vida, a não ser cuidar da estética? Por que o perfume importado e não um livro pelo menos uma vez ao mês? Repito a indagação inicial. Como existem pessoas ricas burras?

Existe sim pobre que é ignorante por preguiça. Basta correr atrás. Óbvio que não na mesma condição dos endinheirados, mas burro hoje só é quem quer.

Mas por experiência própria recentemente vivida. Ser burro com grana é burrice de verdade.

Deu para entender?


"Adianto aqui os parabéns ao camarada Jonatam que terá em mãos seu diploma de jornalista. E estendo para todos da UEMG de Passos que seguirão a carreira jornalística, desejando- os muito sucesso e sorte".

Vanildo Marley

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Deus, Salve as Polaroids!

Os aficcionados por Polaroids em breve ficarão órfãos. A máquina fotográfica instantânea deixou de ser fabricada em 2007, mas é facilmente encontrada à venda em diversos sítios como Mercado Livre e E-Bay . Em 2008 o Site oficial da Polaroid soltou a nota que deixou muitos fãs tristes: a produção de filmes instantâneos também foi cessada. O último lote de filmes tem seu fim certo (a data de validade) : Setembro de 2009. Após isso a Polaroid, como uma foto, será só uma lembrança.
Criada em 1948, com esse conceito inédito de filmes instantâneos, a máquina virou mania. Muitas pessoas não precisavam mais levar seus rolos de filmes 35mm para serem revelados em laboratórios especialidados.
A foto tem características únicas: as cores desbotadas e o foco imperfeito dão um aspecto antigo à imagem. É esse o motivo de, até hoje, a Pola (como é chamada por seus usuários) conquistar novos fãs.
Há sítios, como o save polaroid , que tentam preservar a marca e até fazem abaixo-assinados virtuais para que a empresa volte a fabricar os filmes.
A Polaroid, na tentativa de agradar aos amantes da máquina antiga, teve uma idéia infeliz: criou uma impressora portátil que pode ser acoplada às maquinas digitais. Mesmo tendo a finalidade dos filmes instantâneos, a idéia não vingou. O aspecto peculiar da foto não era o mesmo das clássicas analógicas.
Polaroid de William S. Burroughs (escritor)
tirada por Andy Warhol

Enfim, termino o post com uma belíssima frase comercial bem original: se você ainda não tem uma Polaroid, corra e compre a sua, pois o tempo é curto!
E fico por aqui, olhando para a minha e já imaginando o dia em que ela virará relíquia.
God Save The Polaroids!

Lucil Jr.

domingo, 16 de novembro de 2008

Da agonia a perfeição



O filme agonia e êxtase encanta os admiradores da arte e também quem gosta de aprender sobre.
A trama mostra o trabalho magnífico que Michelangelo foi, a princípio, obrigado a fazer no teto da Capela Sistina, que recebe esse nome porque foi inaugurada pelo Papa Sisto IV no ano de 1489.


Michelangelo era escultor e tinha a sensibilidade de transformar blocos de mármore em magníficas obras. Quando recebeu a incumbência de pintar o teto da Capela Sistima estava fazendo esculturas que seriam colocadas na sepultura de Julio II. O papa obrigou Michelangelo a deixar as estátuas e partir para o trabalhoso processo de pintar no teto da capela as figuras dos 12 apóstolos e alguns elementos que completassem o desenho. Sob a ordem do Papa Júlio II, sobrinho do Papa Sisto IV, Michelangelo é obrigado a fazer um trabalho que dizia não saber.
Michelangelo começou as pinturas e quando já havia feito alguns desenhos decidiu "jogar o vinho azedo fora". O escultor não ficou satisfeito com os primeiros resultados, então destruiu tudo que havia pintado e fugiu de Roma para Carrara. Para ele, arte era um estado de entrega total, amor e inspiração ao que se queria fazer. E na pintura do teto ele não se encontrava com nenhum desses estados. Tinha na sua frente à obrigação de desenhar afrescos que não queria. Aconchegado nas montanhas de Carrara o artista refletia e olhando para o céu observou as nuvens se juntando e formando belos desenhos. Naquele momento, Michelangelo soube o que queria fazer e estava disposto a se entregar ao novo estado de inspiração que o levava para o trabalho na capela Sistina. Decidiu voltar para Roma e recomeçar a tarefa que havia abandonado.


As cenas seguintes não correm tranqüilas. Apesar do animo renovado, Michelangelo trabalha por quase um ano sem receber nada pelo serviço. E a cobrança para o termino da obra era grande. A pintura corria de forma demorada e quando o Papa Julio perguntava ao artista quando acabariam os afazeres, Michelangelo respondia “quando eu acabar”. O convívio entre mecenas e artista era conflituoso. Ambos se enfrentavam tentando impor vontades. E o período em que Michelangelo “compôs” uma das mais lindas obras de arte era de guerra. Os franceses invadiam a Lombardia, enquanto os alemães estavam perto de Brenner. E é nesse clima de desavença e guerra que o artista se dedica, até perder as forças, pela criação. Por tantos esforços Michelangelo acaba adoecendo e paralisa o trabalho. Nessa etapa, o Papa pretende liberar o escultor de sua incumbência e passa - lá a Rafael. O jovem estava ansioso para continuar a pintura, mas quando viu a perfeição dos traços de Michelangelo soube que não teria condições de continuar com tamanha mestria e em uma das cenas, o jovem Rafael diz ao experiente Michelangelo que eles, sábios artistas, são meretrizes da beleza.


O filme é fantástico e narra a historia da criação, e essa frase pode e deve tornar-se ambígua. O filme retrata a história da criação das imagens que compõem o teto da Capela Sistina e a criação do mundo. Michelangelo passa quatro anos de seus dias pintando passagens do livro do Gênese no teto da Capela. As lágrimas chegam aos olhos no momento em que, antes da obra finalizada, o Papa Júlio II se rende a beleza do trabalho de Michelangelo e fala ao artista que na concepção dele Deus não apresentaria essa face calma, leve e benévola. E mais emoção nos envolve quando ao final do filme o Papa Julio II celebra uma missa. O teto belo e finalizado e o artista, aquele que reescreveu a história do mundo através de figuras, participa da cerimônia com a mais límpida humildade.


O filme "Agonia e êxtase" foi baseado em um livro de Irving Stone. Assisti a trama em uma aula de História da arte e aqui deixo minha impressão sobre o fime.
Janaina Takai

domingo, 9 de novembro de 2008

As Inquietações do Medo

"Por várias vezes, usam-se diversas maneiras de disfarçar o medo. Uma delas é nunca admitir que estamos com medo! E aí que se encontra um triste dilema para aqueles que tanto valorizam as aparências: Temos medo de dizer que sentimos medo!" Por Renato Delfraro

No mundo de hoje, cada vez mais globalizado e consumista, as relações humanas estão, a cada dia que passa, se descaracterizando e perdendo espaço para o dinheiro e a tecnologia, que oferecem além de entretenimento e conforto a sensação de que o homem é um ser inatingível, que deve sempre buscar a perfeição mesmo que para isso deva passar a imagem de que nada o faz sofrer ou sentir medo.

Com isso os sentimentos ficam cada vez mais suprimidos diante da necessidade de aparentarmos algo que não somos, e que devemos nos esforçar para ser!
Assim, por diversas vezes, usamos diferentes maneiras de disfarçar nosso medo. Uma delas é nunca admitir a existência do medo. É ai que se encontra um triste dilema para aqueles que tanto valorizamas aparências: Temos medo de dizer que sentimos medo!

O medo é um sentimento que envergonha principalmente os homens. As mulheres geralmente não têm muita vergonha de assumirem seus medos, principalmente quando se trata de baratas e até algumas outras banalidades. Mas tanto homens quanto mulheres encontram-se encurralados quando não podem externar suas aflições, o que gera um grande desconforto na vida daqueles que vivem essa situação.

O que mais aterroriza as pessoas é o medo de errar, principalmente no trabalho, onde o nível de exigência e concorrência é sempre grande, e cada vez mais as pessoas são estimuladas a competirem e passarem uma imagem de que são fortes e imbatíveis, pois só assim conseguirão sobreviver!

Só que o maior medo muitas vezes não é o de errar, mas sim o de reconhecer o próprio erro e pedir desculpas quando necessário. Essa sem dúvida é uma grande barreira a ser vencida por aqueles que deixam as vaidades e a arrogância falarem mais alto, para aqueles que não olham para os lados e quando olham para dentro de si mesmos não vêem saída para onde fugirem.

Não é fácil lidar com o medo, pois ele sempre está presente nas nossas vidas. Mesmo que tentemos fugir dele ou não manifesta-lo, ele se faz presente em nosso dia-dia, de diferentes formas, mas não há como dizer que não sentimos.

A violência é hoje uma grande causa de medo, que aprisiona pessoas de diferentes classes sociais, pois está presente em todos os lugares, porque como se não bastasse ela esparramada pelas ruas, a mídia faz questão de levá-la todos os dias para dentro de nossas casas, de forma cruel e sensacionalista.

Também temos medo da doença, medo da morte, medo de perdermos as pessoas que amamos e medo de dizermos pra essas pessoas, o quanto elas são importantes em nossas vidas. O medo é um sentimento burocrático, que muito beneficia os psicanalistas, os laboratórios de antidepressivos e por incrível que pareça até as igrejas, que tanto se beneficiam das fragilidades humanas, para arrebanhar fiéis.

Tenho saudade do tempo em que tínhamos medo apenas de Lobisomem e assombração, pois nessa época havia espaço para a inocência e ailusão.

Hoje o homem só pode sentir medo de si mesmo e de suas próprias atitudes.


Renato Delfraro é estudante de jornalismo do 2º período da UEMG Campus de Passos.


Aproveitando o “corajoso” texto ressalto o medo que o mundo viveu com o “Bucho” no poder da Casa Branca. Medo que agora aos poucos vai sumindo com a esperança em que os terrestres estão em Obama. Oba! Oba! Oba! O “Bucho” está saindo, e me parece que entra por lá um coração limpinho, sem os restos da carniça que por lá estavam (aliás, ainda estão), mas a limpeza já começou a ser feita. E o planeta grita: Oba! Oba! Oba! Obamaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!

Vanildo Marley

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

“Sim sou negro de cor”


Cinco de novembro e me sinto indeciso. Teoricamente eu teria, a priori, apenas duas opções temáticas para explorar: a vitória de Obama nos EUA, e qualquer outra coisa... Escolhi a eleição de Obama. Ao escolher escrever sobre isso senti a necessidade de delimitar o meu campo de visão, portanto não escrevo sobre o que representa a vitória de um negro para presidente dos EUA – apesar de saber que representa muitíssimo. E não tenho a intenção de laurear o próprio Barack Obama, embora o considere sim um grande estadista, alguém que resgatou a antiga linhagem perdida após o assassinato dos irmãos John e Robert Kennedy... Escrevo porque me emocionei com o discurso de vitória de Obama, e as 3h30 da manhã (horário de Brasília) chorei, assim como choraram milhares de pessoas naquele parque em Chicago.


Sim sou negro de cor
Meu irmão de minha cor
O que te peço é luta sim, luta mais
Que a luta está no fim


Enfim, escrevo para lembrar que ontem as “profecias” de Martin Luther King começaram a ser cumpridas, mesmo quarenta anos depois de ter sido assassinado por um idiota extremista. Ontem, pode-se dizer foi dado o primeiro passo para o antigo sonho de homens e mulheres avaliados não pela cor de sua pele, mas pela força de seu caráter. Um novo paradigma? Espero que sim. Quem, aliás, diria que o país da Klu Klux Klan, da segregação racial que motivou os protestos dos anos 50 e 60, do conservadorismo e moralismo pudesse eleger um negro presidente?! Poucos, até mesmo entre os mais otimistas, arrisco-me em afirmar. Eis a justificativa para tamanha euforia.


Cada negro que for
Mais um negro virá
Para lutar com sangue ou não
Com uma canção também se luta irmão
Ouvir minha voz
Lutar por nós


É, sobretudo, inevitável neste momento não me lembrar de grandes artistas que militaram para que este momento existisse, homens e mulheres que foram porta-voz da dor e da revolta da discriminação. (Lembro-me especialmente de Strange Fruit e da interpretação triste, sofrida e linda de Billie Holliday e de Missippi Goddamn da fantástica Nina Simone, canção esta que tornou-se hino ativista da causa negra.). É deles esta conquista como é, não posso deixar de citar, de Rosa Parks e de Malcolm X.


Luta negra demais, luta negra demais
É lutar pela paz, é lutar pela paz
Luta negra demais
Para sermos iguais
Para sermos iguais


Bom, este foi o meu post, apenas uma catarse. Nada além de alguém que temporariamente voltou a ter esperança de um mundo melhor, de crer que “sim, nós podemos”... Temporariamente, é óbvio. Os versos inseridos entre os parágrafos foram compostos por Ronaldo Bôscoli e Wilson Simonal, a música em questão se chama Tributo a Martin Luther King a mesma do vídeo abaixo.

Jean Carllo

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

No concerto

Devido a problemas técnicos durante os últimos dias, não foi possível postar por aqui. Estamos tentando resolver o problema para que logo possamos voltar postando fotos, vídeos, link para você baixar músicas e por aí vai...


Galera Mistureba-Hibrida