sexta-feira, 29 de agosto de 2008

A Cura

Tempos atrás vi um documentário que abordava a física quântica por uma ótica existencialista e de uma forma simples, o que é uma beleza para os leigos (como eu...).
Uma parte que me chamou a atenção foi a em que vários cientistas do mundo todo dizem que as pessoas (a maioria delas) são viciadas em emoções, e esse vício é como o vício causado pelas drogas (não são nossas emoções, afinal, resultados de reações químicas que acontecem no nosso cérebro?). Uma pessoa viciada nos sentimentos causados pela paixão, por exemplo, precisará constantemente sentir aquele friozinho na barriga, aquele nervosismo, aquele desejo. Procurará estar sempre se apaixonando, porque necessita desse sentimento, estará viciada nele (e esse vício não é algo consciente). Do mesmo modo, uma pessoa 'viciada' na tristeza fará de qualquer pequena coisa que aconteça um motivo para se entristecer. Procurará o tempo todo algum motivo qualquer para justificar sua tristeza.

Pode parecer loucura, mas essa teoria faz algum sentido.... os remédios mais vendidos no mundo são os que prometem ''curar'' a tristeza, a ansiedade, o nervosismo(Anti-depressivos, ansiolíticos e barbitúricos em geral) . A cura está em nós(pode ser um chavão dizer isso, mas realmente penso assim), não em comprimidos prescritos por um médico. A única dor que os medicamentos podem fazer passar, é a dor física. Não existe um analgésico para curar o sofrimento causado pela tristeza, pela melancolia. E se isso for verdade, quero me ''viciar'' só em emoções e sentimentos bons, agradáveis e simples.


Lucil Jr.

Drácula ou Peter Pan? Não, é Jackson

É, chegamos ao derradeiro suspiro de mais um mês, o tal do cachorro louco, do desgosto e de todos esses clichês. Muita coisa aconteceu neste entremeio: Os Jogos Olímpicos na China, mais um conflito armado, encabeçado desta vez pela Rússia e pela Geórgia, a confirmação de Obama como representante Democrata nas eleições presidenciais dos EUA... No entanto, não escrevo para fazer uma retrospectiva de Agosto, e nem sei por que me demorei tanto nesse prólogo. Como tempo é informação, e esta é uma das forças motriz da atualidade, deixarei de delongas e entrarei no meu breve discurso. Acompanhe, pois!

Ao caro Vanildo Marley, desculpe-me, mas desta vez serei eu a escrever sobre mais um cinqüentenário: Michael Jackson! Sim, como foi amplamente noticiado por todas as mídias hoje, 29 de agosto comemora-se o aniversário de um dos maiores paradigmas da música pop mundial. Todos, ou melhor, muita gente, já o ouviu e senão, ao menos deve ter acompanhado os inúmeros mitos que acompanham a sua figura. Atualmente, aliás, ele figura com mais freqüência nas páginas de fofocas sobre celebridades do que nos cadernos de Cultura e Música. Ok, mas não estou aqui para falar sobre a biografia dele (para isto basta acessar deus, ou Google se preferir). E sim prestar uma singela homenagem através da lembrança dos ‘seus anos’.

Pode-se discutir inúmeros traços da personalidade de Michael, e até dizer que ele é um louco, pedófilo, uma aberração física e etc. Pessoalmente eu até concordo com determinadas atribuições feitas a ele. Mas nada disso, absolutamente nada mesmo, macula o seu histórico como artista, como criador (não apenas musicalmente, a influencia que ele exerce em outros campos como a dança contemporânea é relevante e deve ser ressaltada). O que importa, de fato, é que ele já está no roll da fama ao lado de outros grandes nomes fundamentais na criação da música pop americana, como James Brown e Prince.

Bom, pra finalizar Jackson é acima de tudo uma ‘persona’, interpreta uma personagem de si mesmo. A um veículo de comunicação norte americano ele disse que, nesta data querida, se sente “muito sábio, mas ao mesmo tempo muito jovem". Um misto de Conde Drácula e Peter Pan? Talvez, embora se tratando do “Rei do Pop” (não gosto de titulações como essa, mas...), eu não tenha competência alguma para afirmar absolutamente nada... Em suma, parabéns Michael! E que muitos outros sucessos e inovações artísticas venham à luz, para a nossa satisfação, é claro.

Jean Carllo


domingo, 24 de agosto de 2008

Fotografei o seu sorriso

Há tempos não nos encontrávamos tão perto. Entrei e ele vinha pelo estreito corredor. Não poderíamos passar juntos sem ter um contato físico. Como havia um espaço onde podia encostar e dar passagem, assim eu fiz. Ele, por educação ou outro motivo qualquer, sorriu amenamente e me ofereceu caminho. Aquele sorriso doce jogou todas as minhas defesas no chão. Naquele instante meus braços queriam senti-lo como a muito não faziam e como sempre desejavam e as palavras queriam sair e contar o que pra mim nunca passou. Todas essas vontades se misturaram, trazendo uma intensa euforia e o açúcar daquele sorriso perturbou meus pensamentos por algum tempo.

O que dizia aquele sorriso? Respeito por uma relação que terminou e, pelo menos para mim, nunca ficou claro o motivo? Será que naquela doçura havia algum vestígio de sentimento que nele ainda vive? Ou apenas um ato célebre de cavalheiro?

A vontade de ter respostas mais uma vez atormentou meu remendado coração. Não era a primeira vez que eu recebia esse sorriso depois que nosso tempo passou. Minha alma acelerava, movida pelo jato de alegria que a fez recordar bons momentos. Minutos depois, ela se acalmou. Mais uma vez me revesti de fraqueza e recolhi todas as armas que aquele ingênuo sorriso havia jogado no chão.

Janaina Takai


sábado, 23 de agosto de 2008

Um rabisco sem título

A intenção era fazer um texto, mas depois optei por um poema. Acabei não fazendo nenhum nem outro. Acho que está mais para um poema de um poeta frustrado, mas pode se considerar também um texto de um escritor desfigurado.

Enfim, leia e tire essa dúvida cruel que marcará a história da literatura universal.

Dúvida que também me sufocou na hora de colocar um título. E para não maltratar meu sistema pensante (que não é lá essas coisas) resolvi deixar sem.

E tanta indecisão, gerou os rabiscos abaixo.




"O café da tarde vem acompanhado de um vento frio que entra pela janela do meu quarto
O sábado começa a terminar com a chegada da noite que sopra meus braços
Os meus sentidos não sentem
Os meus ouvidos cantam e distribuem estilhaços

Meu café da tarde gela ao me esperar
Meu sábado inicia mais uma noite para os olhares
Minhas idéias loucas não idealizam nada
E minhas mãos paralisam cultos singulares

E o café está quase no fim
Aos poucos abandona a xícara que chora a despedida
E o café acabou e também abandonou meu paladar
Que agora busca o sabor de um beijo para não matar sua vida".




Ao “camarada” Lucil Jr. companheiro de classe, músicas esquisitas e de blog, minha singela homenagem pelo seu aniversário (23/08), mesma data em que Paula Toller (Vocalista Kid Abelha) contempla 46 anos.

Vanildo (Marley)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Antes tarde do que nunca

Estava navegando nas correntezas, um tanto quanto tranqüilas, desse estranho e vasto oceano ciber. Quando me deparei com a história de um pintor estadunidense contemporâneo de nome Jean Michel Basquiat. Eu que até o momento cria ter um repertório decente em artes plásticas me surpreendi com o fato de desconhecê-lo completamente (!), nunca havia lido ou ouvido algo sobre ele... Mais um artista que não fora reconhecido em vida, como tantos outros? Conjecturei. Mas não, Jean Michel teve sim um grande reconhecimento em vida como comprovam as inúmeras exposições em galerias e capas de revista relevantes internacionalmente. Talvez tenha sido ofuscado pelo ‘gênio’ Andy Warhol – de quem se tornou amigo –, e caído, por fim, no ostracismo típico de uma geração que tem pouca ou quase nenhuma memória? Pois bem, indagações que procuram em vão justificar a minha ignorância!


Monalisa?!


Abro um parêntese aqui, portanto, para salientar um pouco da biografia de Basquiat. Nascido em 22 de dezembro de 1960, no Brooklyn (NY) era filho de mãe porto-riquenha e pai haitiano. Por volta dos 17 anos começou, juntamente com um amigo, a grafitar em prédios de Manhattan, e o teor das mensagens começou a chamar atenção das pessoas... Em 1978, um ano depois de “debutar” no grafite, Jean Michel saiu de casa e da escola, mudou-se para a cidade onde começou a trabalhar nas ruas vendendo camisetas e postais para sobreviver. Já no início da década de 80 ele ascende ao status de artista, ganhando notoriedade internacional. Os anos que se seguem são de inúmeras exposições e capas de revistas como a The New York Times. Entretanto, em meio a todo este sucesso – pouco comum, aliás, nas artes plásticas que têm por hábito cultuar os mortos –, Basquiet se torna um paranóico viciado em drogas. Data mais ou menos desse período o namoro dele com a então anônima, parafraseando Vanildo Marley, "mandona Madonna". Enfim, como pôde ser intuído a partir do primeiro parágrafo ele está morto, e há muito tempo. Morreu em 1988, vítima de overdose aos 27 anos e horas depois de ter um quadro arrematado por 300 mil dólares...

Mais uma vez fico consciente de que “só sei que nada sei” tal qual o velho Sócrates (apesar de ser este um axioma falacioso, ou seja, se afirmo ‘só sei que nada sei’, significa, afinal, que sei algo: o nada!) Delírios à parte, é válido conhecer um pouco mais sobre a trajetória desse artista “que saiu do meio das ruas para se alojar dentro de galerias e museus de Nova Iorque”. Como se diz popularmente, antes tarde do que nunca.

Mais sobre Jean Basquiat em “O deus negro do grafite da era yuppie”


Jean Carllo

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O Velho Safado

Ele não ia com a cara dos beatniks. Ele não gostava de autor nenhum(O único escritor do mundo que valia algo pra ele era o John Fante). Não curtia trabalho também.Nem de pessoas ele gostava.Tudo o que queria era beber, fazer sexo e escrever - e ele fez tudo isso – em excesso.

Seu nome: Charles Bukowski.

Autor de seis romances, alguns contos e mais de trinta livros de poesia (mostrava-se machista, bizarro e insensível em seus contos e romances - que chegam a ser quase pulp fictions: Buk escreveu sempre utilizando uma linguagem simples e direta - tinha um lado romântico e protetor que vinha à tona em seus poemas), foi considerado, irônicamente, um grande escritor da contra-cultura, rótulo que também detestava.
O personagem principal de seus livros sempre é o seu alter-ego: Henry Chinaski. Um cara que subverte o american way of life até as últimas consequências, está sempre duro e bêbado, pega qualquer mulher, topa qualquer aposta e não tem sequer onde morar.
Vários filmes já foram feitos tendo como inspiração sua obra e sua vida. Morreu no dia nove de Março de 1994, de leucemia. Foi um dos últimos escritores ''malditos'' do mundo, juntamente com Allen Ginsberg E William Seward Burroughs. No youtube há vários videos interessantes do homem recitando poemas, dando entrevistas e brigando (!) com sua ''noiva'' num programa de tv ao vivo.

Um escritor sem influências, sem rótulos e sem-vergonha. Mas com muito estilo.
Lucil Jr.

Várias frases famosas sobre álcoollismo, mulheres e a vida surgiram em livros e contos do
velho safado. Talvez a mais famosa seja: Se estou triste, bebo para afogar as mágoas. Se
estou alegre, bebo para comemorar!

Para Não Dizer Que Não Falei dos “Cinqüentinha” da Madonna

Devido a compromissos profissionais em todo final de semana, não foi possível postar, obdecendo as normas do blog e também respeitando você leitor.

Peço desculpa e já agradeço a compreensão. E faço nesse post uma “humirde” homenagem à considerada estrela maior da música pop.

Abraço e uma semana chapadona!
Vanildo (Marley)


Inicio aqui mais uma sessão cinqüentona. Estou me especializando nas coroonas. Só que musicalmente falando e não fisicamente, sentimentalmente ou financeiramente, como se pensa quando se fala em coroas de cinqüenta aninhos.

Confesso que já pensei nessa possibilidade, mas logo mudei de idéia. Pensei bem, e cheguei à conclusão que mulheres nessa idade, não são novas e nem velhas. Não são novas perante a vaidade da idade e não são velhas vendo pelo lado da herança. Sendo assim, melhor uma de setenta ou oitenta, porque aí ao menos a segunda opção fica mais próxima.

Mas deixando a sacaneação de lado, vou ao que interessa.

A cinqüentona desta vez é resumidamente a maior estrela pop da face terrestre. Madonna Louise Veronica Ciccone (agora ela também assina, Ritchie), veio ao mundo em 16 de agosto de 1958 e fez dele um berço centralizado na atitude.

Não quero entrar em detalhes históricos da cantora. Disponibilizarei o link do wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Madonna) e tudo fica resolvido quanto a isso.

Quero é jogar algumas palavras sobre o que ela fez e faz.

Fez muito mais do que posso citar aqui.

Fez sempre o óbvio perder sua identidade. Atropelou a mesmice e jamais se acomodou com o luxo artístico que lhe é permitido; se atualiza como caixa de banco. Você sabe que tem dinheiro, mas nunca sabe a nota que vem de troco.

Faz o assassinato do momentâneo. Quantas cantoras ensaiaram e ensaiam fazer sucesso na mesma sala de Madonna, e já se mandaram para o anonimato? Vixe, não perde tempo fazendo essa conta não, vai através disso, descobrir o infinito. Continue lendo o texto.

Uns a detestam, outros a idolatram. Digna de uma personalidade feroz, com ela não existe meio termo. Ou a ame, ou a odeie. Eu? I love Madonna!
Já até ouvi dizer que quem não gosta dessa fulana bom sujeito não é. Até pode não ser uma má pessoa, mas, por via das dúvidas, é bom procurar um médico para ver como estão funcionando os miolinhos.

É de se respeitar a musicalidade de cada um. E você pode muito bem ter o direito de não gostar do som da rainha do pop.

Mas o inegável, é que, ousadia, seja em qualquer sentido, caminhou com a dona aí nos trilhos de sua “vidinha” e carreira. Ousadia, tanto em termos musicais, quanto em suas performances nos shows.

Única, para o bem ou para o mal. Afinada ou não, vulgar ou sedutora, mulher de atitude ou de barracos. Faça a sua escolha. E preze sua opinião sobre a tal.

A minha se resume assim:

Inigualável!

Uma cinqüentona mandona.

Sempre Madonna!

domingo, 10 de agosto de 2008

Sim, O Mundo é um Moinho

Ainda é cedo, amor. É com esta interpelação simples e lírica que começa uma das mais belas canções do repertório popular brasileiro. O Mundo é um Moinho de autoria do Sr. Angenor de Oliveira, imortalizado pelo apelido de Cartola. Se acaso me solicitassem uma breve definição dessa música eu diria: se trata de um hino à melancolia. Entretanto, não se sintetizam sentimentos tão abstratos como os suscitados por O Mundo ao Moinho, se sente e ponto final.

Sendo assim é melhor calar e simplesmente se deixar levar por esse locutor que aconselha de forma carinhosa, embora não deixe de proclamar uma verdade ácida a esta que intuímos ser uma mulher. O que ela fez ou pretende fazer? Por que palavras e definições tão duras acerca da vida? Será que de cada amor só resta realmente o cinismo? Ou estes são apenas argumentos utilizados por um locutor amargurado? Certamente são muitas as perguntas possíveis a respeito dessa poesia de Cartola. Para mim fica uma lição e, sobretudo, uma identificação com este locutor. Como ele eu também acredito que este Mundo-Moinho triturará os sonhos e reduzirá as ilusões a pó, sendo estes mesquinhos ou não...



O mundo é um moinho

Ainda é cedo, amor
mal começaste a conhecer a vida
já anuncias a hora de partida
sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção, querida
embora eu saiba que estás resolvida
em cada esquina cai um pouco a tua vida
e em pouco tempo não serás mais o que és

Preste atenção, o mundo é um moinho
vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
vai reduzir as ilusões a pó...
Ouça-me bem, amor

Preste atenção, querida
de cada amor tu herdarás só o cinismo
quando notares estás à beira do abismo
abismo que cavaste com teus pés

Jean Carllo

Depois do Rock

Década de 70 - O boom! do Punk Rock durou de 1977 à 1979. Depois disso, as guitarras rápidas ficaram mais lentas, os vocais gritados se tornaram soturnos e as letras de protesto viraram letras de amor, de dor, de solidão. O punk acabou e o o post-punk começou. A música pop mais uma vez se modificou, evoluiu.

Década de 90 - Li o termo post-rock pela primeira vez num site sobre música dos anos 90, o dyingdays.net. Mais precisamente em seu artigo sobre o Mogwai, banda escocesa e uma das maiores no estilo.

Músicas calcadas na melodia, longas (algumas ultrapassam meia hora de duração), lentas,e, em sua maioria, instrumentais. Uma mistura de vários estilos (punk, heavy metal, folk, ambient, jazz rock, música eletrônica e até música clássica - ou erudita, se preferirem...) que se convencionou chamar de post-rock (pós-rock).

Uma das primeiras bandas de post-rock foi o Slint, que gravou apenas dois cds, mas deixou uma legião de adoradores.

As bandas mais conhecidas são os já citados ''Slint'' e ''Mogwai'', o magnífico ''Sígur Rós'', ''Godspeedyou Black Emperor!'' e o ''Explosions in The Sky''.

É complicado descrever a sonoridade do post-rock, devido à sua complexidade e variedade de estilos e climas. Mas posso tentar: é como embarcar numa viajem pelos sentidos, sensações e sentimentos. É apertar o play e sonhar, imaginar formas vagas, paisagens, cores e cheiros. Uma experiência e tanto.

Ainda falarei de algumas bandas do estilo em posts futuros, mas agora paro por aqui e deixo esse video pra que se interesar em conhecer o som. Como seria maçante ver um video de uma banda tocando uma música instrumental de quase dez minutos, eu resolvi colocar esse curta-metragem singelo e bonito, que tem como música tema a ''Your Hand In Mine'', do Explosions In The Sky. Apreciem a viajem, e até semana que vem.




Lucil Jr.

Pra não dizer que não falei dos 50 anos da Bossa

Durante o fim de semana vários temas me socaram a mente para algum post aqui no Mistureba. Mas acompanhado dos socos vinham os nós e nada se desembaraçava.

Improvisei uma depressão na tentativa de escrever algo poético, mas a felicidade de cara nocauteou essa hipótese.

Usei o plano b, retirei-me do quarto e fui até a geladeira e mandei algumas cervejas. Bebi umas e outras latinhas durante umas duas horas. Ouvi alguns sons malucos, só que meu cérebro declarou greve e nada pude fazer.

Na tentativa desesperada por idéias, usei a desculpa de ir ao bar assistir algum jogo de futebol. Por lá, empurrei para dentro do meu ser um considerado número de litros de cerveja e doses. Mas no final das contas, acabei continuando sem inspiração e sem grana também. Isso sim, foi dose!

Mas aí veio o domingo. E as negociações com meu sistema cerebral continuaram. Pois precisava: pensar, criar, inspirar e postar algo no blog.

Novamente vários temas me fizeram convite. Resolvi aceitar o da Bossa Nova.

Em uma versão light e moderna de Vinícius de Moraes, por exemplo, tomava café ao invés de uísque. E usei o computador, e jamais escrevi algo em alguma máquina de escrever como o poeta fazia com total maestria.

Perdido em uma tarde de agosto, revirei páginas e mais páginas de bibliotecas virtuais e do meu pequenino acervo pessoal para ler sobre o assunto. Coisa que faço desde 1999 e não canso.

Não quero aqui passar o que sei sobre o gênero, ou comentar seus grandes e eternos clássicos.

Somente quero lembrar a idéia e importância que um movimento musical faz nas mais diversas sociedades. E assim fez com melodias perfumadas e letras inesquecíveis a Bossa Nova.

São 50 anos de leveza sonora nos jardins apaixonados da vida. Meio século de canções feitas com aroma de amor, que deixam o mundo mais romântico.

São 5 décadas, e a Bossa era para já estar velha. Mas sua autenticidade e fidelidade com a beleza; a mantém sempre NOVA.


foto extraída da coleção "o amor, o sorriso e a flor" de 1998. Foto de cima o mesmo


E mais ou menos assim a história começou.

Idem fotos a cima

Época em que a amizade era essencial...

E as pessoas 50 anos depois preferem ver desgraças na Tv e acelerar o mundo

As referências

Vinícius e Tom no inicio da Bossa

Link para um resumo geral sobre a Bossa Nova: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bossa_nova

Vanildo (Marley) "a não ser que algo de extraordinário ocorra durante a semana e que mereça um destaque diferenciado, postaremos pelo menos por enquanto, nos finais de semana. O tempo tá curto minha gente".

Autopsicografia

Quem dera poeta eu fosse
Ou pelo menos um fingidor
Se eu soubesse fingir faria como Fernando
Pessoa que finge não ter dor

E os que no blog escrevem
Meu caso particular
Fingiria ser poeta
E um texto articular

E assim como brincadeira de roda
Finjo saber brincar
Ainda bem Fernando Pessoa
Não está aqui pra me xingar.


Janaina Takai



Essa é uma paródia do poema Autopsicografia do "purtuguês" Fernando Pessoa. Intelectual e poeta, Fernando Pessoa nasceu e morreu em Lisboa 1888 /1935.

Alvaro Campos é famoso por seus heterônimos. Ah... esse é um dos nomes que Pessoa usava para assinar seus escritos. Os outros eram ou são: Ricardo Reis e Alberto Caeiro.

Acredite mas não desanime: QUASE TODA A OBRA DO POETA SÓ FOI PUBLICADA DEPOIS QUE ELE MORREU.



Um pouco mais da vida e obra desse poeta Lusitano você encontra nos sites:


http://www.pessoa.art.br/index.php


http://www.pensador.info/autor/Fernando_Pessoa/biografia/





Agora o original:


Autopsicografia



O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.



E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm.



E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração.



Fernando Pessoa

sábado, 9 de agosto de 2008

Tudo sobre Filhos da mãe


Tudo bem, eu já chamei esse cara de viado, bicha louca, queima-rosca, frutinha e mais uma série de termos pejorativos que toda criança usa para classificar aquele coleguinha que não joga bola e nem brinca de carrinho na escola na hora do recreio.Porém ainda tenho uma boa desculpa, eu não conhecia sua obra.
Estou falando de ninguém menos que o grande cineasta espanhol Pedro Almodóvar, o homem que me fez chorar.Pasmém! Com tramas envolvendo explicitamente a temática homossexual. Preconceituoso, eu? De maneira alguma, apenas nasci no país do futebol, e aqui conforme nossos dogmas culturais estamos habituados a basear o caráter das pessoas nas roupas que elas vestem, na cor da sua pele e de alguns anos para cá-quando isso virou moda-na opção sexual. Quando digo nós, quero dizer muita gente mesmo. Somos todos potencialmente preconceituosos quando um rosto estranho nos é apresentado, às vezes nem há necessidade de se ver o rosto como foi o caso de Almodóvar comigo, apenas uma informação básica-”e de extrema importância”-, como por exemplo a sua sexualidade ou o seu salário já é o suficiente para traçarmos o perfil ético-sócio-cultural de qualquer um(e ainda ouço esse papo de hipocrisia).
Eu nunca poderia imaginar que um “boiola” lá da Espanha, fosse capaz de fazer uma cena tão maravilhosa quanto aquela em que Caetano Veloso-”outro boiola”-simpáticamente faz um biquinho para entoar da forma mais doce o refrão de Cucurrucucu Paloma no filme Fale com ela-aquilo foi emocionante. Sinceramente não seria capaz mesmo, porque desde muito pequeno eu ouço dizer que homossexual não faz nada que presta, e criança já viu né...Acredita em tudo que os adultos falam.Deus é prova disso.
Se nas escolas ensinassem que o “viadinho” também é gente, talvez não existisse nem o desprezo com base nas classes sociais que se mostra cada dia mais poderoso no nosso dia-a-dia com o crescer do capital e da ignorância, talvez não existisse esse negócio de que “preto” na rua à noite é bandido, de que desempregado é vagabundo e de que filho de padre é santo. Talvez com uma educação assim, o mundo se tornaria até um lugar mais gay para se viver.

Texto enviado por Henrique Emidio, o mais poeta dos marginais (ou o mais marginal dos poetas) de Passos/MG. Confiram mais em http://recantodasletras.uol.com.br/autores/henriqueemidio

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Ao entardecer

No final da tarde saia do trabalho quando recebi um telefonema. Era uma amiga pedindo que eu a esperasse na pracinha em frente ao fórum. Costumo sempre ter um livro em mãos. Decidi me sentar e começar a ler enquanto esperava. Geralmente fico concentrada na leitura, mas naquele dia me perdi entre às pessoas que passavam ao meu redor.

Fim de tarde é sinônimo de movimento. Muitos indivíduos transitavam por ali e cada um que passava levava minha atenção. E como vi gente diferente! Alguns pareciam tão mal – humorados! Será que tiveram um dia ruim ou o mau-humor é companheiro constante? Outros eram tão cheios de si que não foram capazes de notar a bela flor azul no jardim da praça. Teve gente fora do normal, cantarolavam e falavam calçada adentro como se a praça fosse um mundo só deles. Também tive a oportunidade de me divertir com algumas criaturas que pareciam estar em transe profundo. Vinham tão concentradas que tive a impressão de que seguiam algum rastro de luz e não ousavam fechar os olhos, assim não corriam o risco de perder o caminho.

De todos ou casos observados naquela tarde os mais interessantes foram os das pessoas que notaram minha presença no elegante banco. Olhavam me com espanto. Mantinham sobre mim um olhar de curiosidade. Se perguntavam o que fazia a menina de 20 anos sentada no banco com um livro nas mãos?
Recebi muitos desses olhares. Admito que nessa hora também me diverti, pois as caras com que me olhavam não eram das melhores.

Não sei quanto tempo passou até minha amiga chegar. Sei que para muitas pessoas que ali estiveram eu era como parte daquela praça, estava na paisagem há anos. Para outras, uma louca sentada no banco segurando um livro aberto. E para todos que fizeram tal percurso, a singela, fascinante e bela flor azul plantada no meio da praça, nem existia.


Janaina Takai


terça-feira, 5 de agosto de 2008

Arte e Jornalismo

Segundo Camus “a arte e a revolta só morrerão com a morte do último homem”. Adotando esta máxima do escritor e filósofo argelino como referência, podemos chegar a importantes conclusões acerca da importância da arte para o jornalismo.

A arte é inerente ao ser humano, a fazemos desde os nossos primitivos ancestrais – muitas vezes sem ter consciência disso –, nas mais diferentes culturas, espaços físicos e temporais. O fazer artístico, o objeto artístico – mas não só o objeto concreto em si, mas a música, por exemplo – acaba se tornando, um importante subsídio para os historiadores. (Não entrarei aqui no mérito de discutir o que é arte, quais os conceitos a definem, ou quem define estes conceitos; se não, me prolongaria em um tema polêmico do qual não tenho conhecimento suficiente para discorrer). Através destas manifestações de expressão humana, pode-se traçar um perfil religioso, social, cultural, econômico, da sociedade e do período histórico pesquisado. A arte de um determinado artista pode nos revelar muito dos seus contemporâneos. Assim, por exemplo, podemos ter uma visão mais ampla no período renascentista, das revoluções no pensamento filosófico, político, da crescente valorização da ciência, através das obras dos artistas deste período.

Portanto, é possível encontrar inúmeras informações através das obras de arte. Mas e o jornalismo onde entra nesta história? Oras, sendo o jornalista alguém que invariavelmente atua como um cronista do seu tempo, e "leva" até o público o que acontece na sociedade, no seu período histórico, não deixa de trabalhar como um historiador, sociólogo ou antropólogo. Embora obviamente que não com tantas propriedades quanto os reais profissionais destas áreas da ciência social. Se nossa função é informar as pessoas, devemos ter conhecimento humanístico para isso, afinal comunicação social também é uma das vertentes da ciência social. Temos que conhecer, mesmo que de forma menos profunda, ou “especializada” como preferem alguns, as correntes e os diversos movimentos artísticos que pontuaram a história da humanidade, só assim poderemos trabalhar um “olhar” mais analítico e ter uma compreensão mais abrangente dos nossos contemporâneos.

Porém há um fator importante que precisa ser avaliado, e que foi amplamente discutido por diversos pensadores principalmente no último século, vale destacar em especial os membros da Teoria Crítica, que é a banalização da obra de arte, promovida em grande parte pelos veículos mídiaticos. Vivemos em um período onde a reprodução das grandes obras artísticas é um fato. Elas são facilmente manipuladas, descaracterizadas, vulgarizadas, e principalmente são ‘separadas’ do contexto social-histórico original. Transformamos a obra de arte, a cada dia mais em um simples objeto decorativo, supérfluo, mantenedor do estatus social.

Talvez seja este o grande desafio que o jornalismo, e de uma forma geral, os veículos de comunicação social terão em relação à arte. Como torná-la difundida na sociedade sem desvirtuá-la, ou vulgarizá-la? Como propor às pessoas discussões e análises mais “profundas” quanto ao objeto artístico, sem torná-lo chato, ou hermético? Por último, mas não menos importante, como retirar da arte este conceito elitista, seja econômico ou intelectual, que durante séculos vem sendo ligado a ela? Não tenho respostas para tais questões, mas espero que um dia possamos todos, independente de classe social ou nível de informação, discutirmos e ter consciência da importância da arte para o engrandecimento humano. Utopia? Certamente. Mas é bom sonhar, às vezes.


Jean Carllo

Adoração dos Magos (Leonardo da Vinci)

domingo, 3 de agosto de 2008

O Primeiro Celular de Ouro

E a evolução continua. Assim como aconteceu com nós seres humanos. Assim como aconteceu com a televisão. Assim como aconteceu com o rádio. Assim como aconteceu com os carros. E assim como aconteceu no ponto que vou destacar: a música e o celular.

Começo esse resumo com o disco de vinil, uma rodela preta e meio desproporcional, principalmente para quem tem a as mãos pequenas. Nessa época o telefone (com fio) era coisa que pobre nem sabia que existia.

O sucesso dos bolachões foi estrondoso. E para mastigar as bolachas com seus recheios musicais, tinham lá as últimas novidades em radiolas.

Depois dos luxuosos Lps, chegou numa escala altíssima o K7. Mais cômodo em relação à palma da mão e para quem não tinha muito espaço para colocar as coleções musicais, o tamanho nesse aspecto também ajudava muito. Na era K7, o telefone ( ainda com fio) já era algo que pobre sabia o que era.

Mas as famosas fitas tiveram um fim trágico e banal.

Nascia então o Cd. Uma versão miniatura e sofisticada do Lp. Ao contrário do disco de vinil e do k7, o Compact Disc não se dava à amolação de ter que ir ao aparelho de som e trocar o bendito de lado. Um sucesso! Uma febre de 200 graus no corpo da evolução da indústria fonográfica. E nos tempos do disquinho alguns pobres começavam a usufruir de telefones ( com fio) em suas residências.

E o Cd, resiste aos tiros da tecnologia, do seu alto preço e principalmente do bombardeio da internet.

Teve também o Md. Esse foi para o balão de oxigênio e não resistiu.

Para se ter agora a música do artista favorito, se tem vários meios. Tudo através da internet. Download é a palavra que coordena a “música net mania”. Agora o telefone( e sem fio) chegou para todos. Sem exceção. Muitos pobres( me incluo) e miseráveis já não dependem muito dos orelhões.

E ainda bem que ele chegou para todas as classes. Além da facilidade na comunicação que deve ser unânime. Ouviremos o trabalho de nossos artistas de preferência através do celular.

Ainda sou defensor e apaixonado pelo Cd. A sensação de ir até uma loja de discos e ficar ali por horas revirando as prateleiras atrás de um som novo. É viajante! Ou até mesmo que o pulo em uma dessas lojas seja exclusivamente dedicado à compra daquele álbum novo da sua banda favorita. É uma sensação única.

Ainda questiono sobre o futuro da indústria fonográfica. Qual será de fato seu rumo daqui algum tempo. Mas isso é conversa para uma outra oportunidade.

Só coloco aqui, que talvez o agora “celular” seja uma nova promessa nesse meio da música. A fórmula já foi testada e muito bem sucedida. Depois do Lp, K7 e Cd. Chega até nós o celular. Mas não só para dizermos “alô, quem ta falando?” e sim para ouvirmos alguma obra musical de nosso gosto. Acho que podemos ir acostumando a ver na telinha os apresentadores anunciarem e entregarem aos músicos celulares de ouro, platina, diamante e por aí vai.

Na foto o tecladista do SKANK Henrique Portugal segurando o quadro que representa o primeiro CELULAR DE OURO do Brasil. Pela venda de mais de 70.000 celulares que carregavam o álbum Carrossel lançado em 2006.

Vanildo (Marley)



foto do blog da banda. Para conferir mais detalhes acesse: www.skank.com.br

sábado, 2 de agosto de 2008

Let' Get It On...

Vamos falar sobre sexo. se você não for um animal, vai concordar comigo quando digo: tem que ter um clima pra rolar. Certo? Um lugar aconchegante, vinho, uma cama confortável, de preferência. E boa música, claro! Imagina só fazer sexo ouvindo Calipso ou funk carioca...brochante.
Então vou mandar minha dica das 10 músicas mais calientes, que com certeza farão com que tudo fique mais...ahhhh! Aí vai a lista:




10 - Iron And Wine - The Trapeze Swinger
Tirada da trilha sonora do filme In Good Company. Uma das canções mais simples e bonitas que já ouvi. Aconchegante, melancólica. Pra ouvir com a pessoa que você mais ama. e fica a dica: corram atrás de todas as músicas do Iron & Wine. Obrigatório pr aque tem um mínimo de bom gosto.


09 - Fanfare Ciocarlia - Lag Bari (Shantel Remix)
Outra tirada de trilha sonora. Essa do filme Gegen die Wand(Contra A Parede). Quem já viu sabe que esse filme é demais! Apesar dessa música ser do oriente médio, sabe o que ela me lembra? O México: Suor, calor, energia, sensualidade! Em bom portunhol: és caliente, caramba!


08 - Venus In Furs - The Velvet Undergroud
Um clima de mistério, uma letra sado-masoquista. A voz do Lou Reed. Ah! Envolvente...e como! Se você não esteve em Marte nos últimos 30 anos sabe do que estou falando. Senão, despiste e conheça logo o The Velvet Underground.


07 - Tender Surrender - Stevie vai
Instrumental. Começa lenta, vai esquentando, esquentando e tem seu ápice. Depois, tudo fica calmo outra vez. Como tem que ser.

06 - Portishead - Glory Box
O clima completamente sufocante, intenso, é um crescendo até o orgasmo musical. E Beth Gibbons pedindo no refrão: ''Give Me A Reason To Love You, Give Me A Reason To Be A Woman...'' - Preciso dizer mais?


05 - 'Cause We've ended as lovers - Jeff Beck
A guitarra dessa música geme, soa como dois corpos se enroscando, o som vai e vem, se é que me entendem...


04 - Wicked Game - Chris Isaak
O violão relaxado, a voz triste, os backin' vocals, fazem dessa uma das melhores já feitas para o momento...

03 - Jet'ame Moi Non Plus - Serge Gainsbourg & Jane Birkin
Ok, sei que essa música toca em todo motel do mundo, que é brega e tal. Mas até o Papa ficaria excitado com A Jane Birkin sussurando ''Jet'ame , jet'ame, oui...jet'ame'' no ouvido. Impossível não ficar excitado com uma música dessas. Se não funcionar com você, procure um médico urgente!


Imagine essa francesinha gemendo e sussurrando no seu ouvido: ''eu te amo...''. Imaginou? Quer ouvir? Então é só clicar na música e baixar.


02 - Protége Mói - Placebo
As músicas do Placebo são ultra-sensuais, íntimas. E essa é a maior! ''Proteja - me do que eu quero'', Brian Molko diz. E mais; sussura no seu ouvido no refrão: ''protége mói, prótege mói... de arrepiar, literalmente.


01 - Let's get it on - Marvin Gaye
Em todas as listas que forem feitas no mundo, essa sempre estará em primeiro. É unanime! Marvin Gaye, dono de uma das vozes mais sensuais da Motown, canta explixitamente sobre o ato, com uma letra que chega a ser quase pornográfica, pelo menos pra época em que foi lançada. Vou parafrasear nosso colega Regis Tadeu na Mosh: Sua voz sedutora e úmida (no sentido sexual mesmo) ainda embala qualquer pessoa que tenha uma mínima quantidade de hormônio no corpo...pois é.

Tentei variar nos estilos, na intenção de agradar a todos. mas listas são listas...você com certeza não concordou comigo em alguma, ou tem uma música melhor. Então, faça-nos saber disso, deixe sua opinião nos comentários.

Lucil Jr.(no momento: bêbado de vinho, na madrugada, ouvindo Depeche Mode...)

Abobrinhas...

Há determinadas situações em que só conseguimos nos expressar através das palavras de outrem. Recorremos, aliás, frequentemente aos tão famigerados jargões televisivos, aforismos filosóficos, ou até mesmo ‘pérolas’ de amigos e conhecidos quando temos a necessidade de transferir para “outra voz que não a nossa” a responsabilidade pelo o que é dito/escrito. Essas referencias que fazemos – algumas vezes sem termos muita consciência do real valor de sentido que carregam, porque de tão banais e/ou banalizadas se tornam desgastadas e ‘ocas’ semanticamente –, ilustram ou endossam o que pensamos. Mas é lógico, para que tenha essa espécie de voz que reafirme a minha, por exemplo, tem que existir entre o citante e a citação certa identificação, analogia presente mesmo momentaneamente. Pois bem, hoje me aproprio dos versos do poeta-músico Itamar Assumpção para manifestar o que penso. Faço das palavras dele as minhas, do seu discurso poético o meu. Apreendo para mim os desejos escritos e inscritos no poema. Ao resto silencio. Itamar falará por mim:


Abobrinhas não

Cansei de ouvir abobrinhas
vou consultar escarolas
prefiro escutar salsinhas
pedir consolo às papoulas
e às carambolas
pedir um help ao repolho
indagar umas espigas
aprender com pés de alho
sobre bugalhos
ouvir dicas das urtigas
e dessas tulipas
um toque pro miosótis
um palpite pro alpiste
uma luz da flor de lótus
pedir alento ao cipreste
e pra dama da noite
pedir conselho à serralha
sugestão pro almeirão
idéias para azaléias
opinião para o limão, pimentão
abobrinhas não



Jean Carllo



sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Deixa meu descanso em paz!

Dentro da casa:

“- Bom dia! Chegando mais uma TV Globinho. E a gente vai direto com um desenho bem legal pra você. Bob Esponja!”
“- Ei Patrick, eu tenho um grande problema!
- O que foi Bob Esponja?
- Eu estava no Siri Cascudo porque o sr. Sirigueijo ...”

Fora da casa:“VOCÊ PODE PASSAR LÁÁÁÁÁÁÁ, OU PEDIR PRA ENTREGAR O GÁS DO ARMANDINHO 2852 É SÓ VOCÊ TELEFONARRRRRRRRRRRR!”

Com eleições municipais, dentro da casa:
“Plantão Tv Girasul - E o bandido que mantinha o presidente da república como refém...”

Fora da casa:“AGORA É HORA DE MUDAR! VOTE CERTO! VOTE ZÉ LOUQUINHO PREFEITO E PEREIRINHA VICE!”

Dentro da casa: A pessoa desiste de ver TV, estudar, ouvir rádio, descansar e fazer qualquer coisa que mereça um pouco de concentração.
Estou indignada com a poluição sonora que infecta nossa cidade. Não se tem sossego. Quando não é o gás é o carro eleitoral, ou carro da batata, ou o do abacaxi, ou o carro do sorvete, ou o trenzinho da Xuxa e sabe se lá quantos mais se acham no direito de atormentar essa urbe com seus malditos barulhos.

Será que não podem avisar uma rua de cada vez? É, porque com a altura de seus barulhos são três ruas à esquerda e mais três a direita que sabem que esses infelizes estão chegando.

Essa é uma boa forma de divulgação e deve funcionar o mesmo tanto que irrita. Se eles passassem só de vez em quando ... Mas não! Todo o desgostoso dia vem. Um por um. Ainda bem que não passam juntos, porque seria um “Deus não me deixe ficar louca” com tanta algazarra. Pensando bem, mesmo separados eles já me fazem pedir a Deus que não me deixe enlouquecer. Não condeno o trabalho de ninguém. Mas precisa usar de tanto desrespeito com o cidadão?

Aqui nesse humilde blog onde tenho a oportunidade de me manifestar, peço a todos esses senhores que precisam divulgar que nos deixem concentrar. Por misericórdia: Abaixem alguns decibéis dos seus “adoráveis” sons!




Janaina Takai

O ÚNICO DIA


E começou! Mais um mês. E já passou mais um dia de nossas vidas.

E o mês do cachorro louco chegou! Mas os latidos são desse mundo que está sendo tratado como um cão vira lata nas mãos de um vândalo.

Pena que só agosto seja o mês do cachorro louco. Poderia ser todos os meses do ano. Porque assim os outros onze não seriam dos homens loucos e inconseqüentes que surram e espancam as nossas vidas.

E começou! Mais um mês. E nunca mais teremos em nossa vida e também morte de novo o dia 1º. de agosto de 2008. E assim aconteceu e acontecerá com todos os outros dias.

Vanildo (Marley)